2007-05-24 14:52:43

A “tarefa irrenunciável” de “anunciar a todos, sem desanimar”, Jesus Cristo, caminho, verdade e vida, e a “urgência” de fazer amadurecer, mesmo dentro da Igreja a certeza de que Ele é “o nosso único Salvador”: aspectos recordados por Bento XVI aos Bispos italianos, reunidos no Vaticano


24/5/2007) O Papa referiu com apreço o facto de, apesar de tudo, a Igreja em Itália continuar a ser “uma realidade de povo, capilarmente próxima das pessoas e das famílias”; a “fé católica e a presença da Igreja” constituem “o grande factor unificador” da Nação e “preciosa reserva de energias morais para o futuro”. Contudo, advertiu, não se podem ignorar ou minimizar “dificuldades e insídias que podem crescer com o andar do tempo e das gerações”.

“Advertimos quotidianamente, nas imagens proposta pelo debate público e amplificadas pelo sistema das comunicações, mas também, embora em medida diversa, na vida e nos comportamentos das pessoas, o peso de uma cultura marcada pelo relativismo moral, pobre de certezas e rica, pelo contrário, de revindicações tantas vezes injustificadas”. Neste contexto, o Papa apontou “a necessidade de um fortalecimento da formação cristã mediante uma catequese mais substanciosa”, assim como do “empenho constante em colocar cada vez mais Deus no centro da vida das nossas comunidades, dando o primado à oração, à amizade pessoal com Jesus e à chamada à santidade”


Devemos ter plena consciência que do mistério de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, brotam a unicidade e universalidade salvífica da revelação cristã e portanto a tarefa irrenunciável de anunciar a todos, sem nos cansarmos e sem nos resignarmos, o proprio Jesus Cristo, que é o caminho, a verdade e a vida.
A estima e o respeito para com as outras religiões e culturas, com as sementes de verdade e de bondade que aí estão presentes e que representam uma preparação do Evangelho, são particularmente necessários hoje em dia, num mundo que cresce cada vez em conjunto. Não pode contudo, diminuir a consciência da originalidade, plenitude e unicidade da revelação do verdadeiro Deus que em Cristo nos foi definitivamente dada, e não se pode também atenuar ou enfraquecer a vocação missionária da Igreja. O clima cultural de relativismo, que nos rodeia, torna cada vez mais importante e urgente radicar e fazer maturar em todo o corpo eclesial a certeza de que Cristo é o nosso único Salvador


Neste contexto, o Papa Ratzinger evocou o seu recente livro “Jesus de Nazaré”, “escrito – disse – também com esta intenção”.

Referindo depois a responsabilidade para com toda a nação italiana, o Papa observou que, “no pleno e cordial respeito da distinção entre Igreja e política, entre o que pertence a César e o que pertence a Deus, não podemos deixar de nos preocupar com o que é bom para o homem, criatura e imagem de Deus: em concreto, do bem comum da Itália.”
Detendo-se em particular na manifestação que recentemente teve lugar em Roma a favor da família, por iniciativa do laicado católico mas partilhada também por muitos não católicos, Bento XVI congratulou-se com o que classificou como “uma grande, extraordinária, festa de povo, que confirmou até que ponto a família está profundamente radicada no coração e na vida dos italianos. “Este acontecimento contribuiu sem dúvida para tornar visível a todos aquele significado e aquele papel da família na sociedade, que tem particularmente necessidade de ser compreendido e reconhecido hoje, perante uma cultura que se ilude de favorecer a felicidade das pessoas, insistindo unilateralmente sobre a liberdade de cada um dos indivíduos. Não podemos, portanto, deixar de apreciar e encorajar toda e qualquer iniciativa do Estado a favor da família como tal.”


Quase a concluir, o Papa evocou ainda a atenção a reservar “às necessidades reais das pessoas”, às “muitas pobrezas, antigas e novas, visíveis ou escondidas”. Realidades enfrentadas por tantas entidades eclesiais, das dioceses às paróquias, das Caritas e tantas outras organizações de voluntariado. Bento XVI exortou os Bispos italianos a “promoverem e animarem este serviço, de tal modo que nele resplenda sempre o autêntico amor de Cristo. “Que todos possam fazer a experiência concreta de que não existe nenhum separação entre a Igreja defensora da lei moral, escrita por Deus no coração do homem, e a Igreja que convida os fiéis a fazerem-se bons samaritanos, reconhecendo em cada pessoa que sofre o próprio próximo”.








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