PAPA PEDE REFORÇO DA DEMOCRACIA EM TIMOR-LESTE COM BASE NOS VALORES CRISTÃOS E NO
PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
Cidade do Vaticano, 21 mai (RV) - A "cultura da solidariedade" contraposta
ao eterno confronto político, para abrir o país a um real horizonte de democracia.
São os votos de Bento XVI para Timor-Leste, o pequeno Estado que se tornou independente
da Indonésia em 2001, e que, no dia 11 do corrente, teve o Prêmio Nobel da Paz _ Ramos
Horta _ eleito como seu novo presidente.
O papa se deteve sobre a situação
de Timor-Leste, ao receber em audiência, esta manhã, no Vaticano, o novo embaixador
desse Estado junto à Santa Sé, Justino Maria Aparício Guterres, para a apresentação
de suas credenciais. Na ocasião, o diplomata renovou o convite a Bento XVI, a visitar
a pequena nação asiática, cuja população é composta de 86% de católicos.
"Que
a memória daqueles dias trágicos" torne governo e oposição de Timor-Leste particularmente
solícitos a "empreender a estrada do diálogo e da colaboração, evitando a tentação
de abandonar-se" ao confronto político com o adversário, "não somente porque é moralmente
inaceitável, mas também porque essa atitude se revela sempre nociva para a consolidação
de uma correta dialética democrática e para o desenvolvimento de todos os cidadãos
do país."
Essa é uma das passagens do discurso dirigido pelo pontífice ao novo
embaixador timorense, que melhor revela a participação do papa na história recente
da ex-colônia portuguesa, até hoje marcada pela sangrenta transição que a levou a
liberta-se da Indonésia.
As "numerosas exigências" de ordem habitacional, sanitária,
educacional e de trabalho _ reconheceu o pontífice _ se chocam com os interesses de
quem não está disposto a sacrificar os interesses de partido pelo bem comum.
Portanto
_ indicou Bento XVI _ são os 400 anos de fé no Evangelho que devem ajudar a população
timorense _ cuja maioria é católica _ a se fazer promotora de uma "cultura da solidariedade
e de uma convivência pacífica na justiça".
"Permita-me _ disse o pontífice
ao diplomata _ dirigir um veemente apelo às pessoas investidas da autoridade pública,
a fim de que façam de tudo para restaurar a ordem pública eficiente, através dos meios
legais, e restituir aos cidadãos, a segurança na vida diária, graças a uma renovada
confiança nas legítimas instituições do Estado." (RL)