Santa Sé lamenta não adopção da declaração dos direitos dos povos indígenas
(20/5/2007) A Santa Sé expressou oficialmente a sua reprovação pela falta de acordo
nas Nações Unidas, que levou ao adiamento da aprovação do Projecto da Declaração dos
Direitos dos Povos Indígenas. O Arcebispo Celestino Migliore, observador permanente
da Santa Sé na ONU, deixou as suas críticas, em Nova Iorque, ao participar no Fórum
Permanente para as Questões Indígenas, reunido para tratar do tema "Territórios, terras
e recursos naturais". O Núncio Apostólico quis chamar a atenção sobre os "benefícios"
que este documento, discutido há um quarto de século, pode dar como instrumento legal
para tutelar os direitos humanos dos povos indígenas, "especialmente dos mais pobres,
que vivem em áreas rurais, com frequência marginalizadas pelo mundo moderno". "Respeitando
as motivações que se encontram por trás de cada posição", o representante vaticano
considerou que a adopção do documento internacional seria "um gesto político que não
beneficiaria somente os cidadãos mais pobres e excluídos, tanto nos países ricos como
nos pobres do mundo, mas que promoveria também a paz entre os povos". Em conclusão,
o Arcebispo Migliore considerou que "os Estados têm preocupações legítimas sobre a
soberania, a cidadania, a igualdade e a adequada exploração dos recursos naturais,
mas estas questões não devem permitir que o progresso dos igualmente legítimos direitos
e preocupações dos povos indígenas sejam adiados indefinidamente".