CONFERÊNCIA DE APARECIDA CONCLUI PRIMEIRA SEMANA DE TRABALHOS
Aparecida, 19 mai (RV) - A V Conferência Geral do Episcopado da América Latina
e do Caribe concluiu hoje, sua primeira semana de trabalhos. A partir de segunda-feira,
terá início a tarefa das 15 comissões que, com a direção de um moderador e de um relator,
estudarão os diversos temas da agenda.
Depois dessa primeira fase, as orientações
e conclusões serão votadas e aprovadas em plenária.
O presidente da Conferência
Episcopal Mexicana, Dom Carlos Aguiar Retes, bispo de Texcoco, disse, em entrevista
à Rádio Vaticano, que "a primeira semana de reflexões, discussões e intercâmbio de
experiências foi, por si só, uma verdadeira "unidade temática", que decidimos chamar
de "tempos atuais"".
"Essa primeira semana nos deu a possibilidade de _ à luz
do discurso do Santo Padre e da agenda da Conferência _ enfrentar imediatamente, as
grandes questões de fundo, que não são apenas problemas da Igreja Católica, mas sim
problemas que atingem toda a sociedade latino-americana" _ acrescentou o bispo.
"Tratou-se
_ precisou Dom Aguiar Retes _ de ter uma visão analítica da realidade sociopolítica,
cultural e religiosa, com o objetivo de descobrir os pontos nevrálgicos a serem considerados
, no momento em que estamos estudando a nossa atual e futura situação eclesial."
"É
um exercício que, tanto o Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM) quanto as conferências
episcopais, singularmente consideradas, realizam desde sempre, periodicamente, valendo-se
da contribuição de numerosos especialistas e estudiosos" _ recordou o vice-presidente
do CELAM, para sublinhar que a Conferência de Aparecida constitui uma reta de chegada
de uma longa e cuidadosa preparação.
Enfim, o bispo mexicano ressaltou, com
ênfase, que, nestes dias, não se falou apenas de aspectos negativos, mas também daqueles
positivos, que são tantos e que oferecem esperanças concretas, realistas e imediatas,
em muitos âmbitos da realidade subcontinental.
Por sua vez, o presidente da
Conferência Episcopal da Colômbia, Dom Luís Augusto Castro Quiroga, arcebispo de Tunja,
precisou, em seu pronunciamento, que "a análise dos bispos nada tem a ver com a ótica
dos estadistas ou políticos, uma vez que ela é o olhar de pastores que observam o
mundo com os olhos de Cristo".
Na opinião de Dom Castro Quiroga, a pastoral
na região deve dar respostas a quatro desafios prioritários: a crise na transmissão
da fé nas famílias e nas escolas, a reviravolta cultural cujos mecanismos tendem a
excluir a dimensão religiosa, a defesa e a integridade dos direitos humanos, estes
também, freqüentemente atingidos por concessões relativistas e subjetivas e, enfim,
a desigualdade social, com o seu insuportável fardo de falta de iniqüidade. (RR/AF)