CONDENADO A 30 ANOS DE PRISÃO O MANDANTE DO ASSASSINATO DE IRMÃ DOROTHY
Belém, 16 mai (RV) - A Justiça do Pará, norte do Brasil, condenou, nesta terça-feira,
o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura a 30 anos de reclusão, por ter sido reconhecido
como mandante do assassinato da Irmã Dorothy Stang _ a missionária norte-americana
radicada no Brasil _ perpetrado no dia 12 de fevereiro de 2005.
Ir. Dorothy
atuava em favor do desenvolvimento sustentável da região amazônica e das pequenas
comunidades locais, o que contrariava os interesses dos grandes fazendeiros da região,
assim como dos grileiros.
Vitalmiro Bastos de Moura é o quarto acusado de envolvimento
no crime a ser julgado. Em dezembro de 2005, Rayfran das Neves Sales e Clodoaldo Carlos
Batista foram condenados como executores do crime, respectivamente a 27 e 17 anos
de reclusão. Eles foram reconhecidos culpados de homicídio qualificado, em razão da
promessa de recompensa por parte do mandante, pelo crime ter sido cometido por motivo
torpe, e ainda por ter sito utilizado um meio que impossibilitou a defesa da vítima.
De fato, Ir. Dorothy Stang foi assassinada com 6 tiros disparados pelas costas.
Amair
Feijoli da Cunha foi condenado a 27 anos de reclusão, como intermediário do crime,
mas foi beneficiado com a redução de um terço da sentença, devido ao recurso de "delação
premiada".
Regivaldo Pereira Galvão _ também acusado de ser mandante do crime
_ chegou a ser preso, mas conseguiu obter o habeas corpus e aguarda o julgamento em
liberdade.
O resultado foi comemorado por 900 agricultores de vários municípios,
que estavam, desde segunda-feira, diante do Tribunal de Justiça, acompanhando o julgamento.
(RR)