2007-05-16 18:53:20

ARGENTINA: SLOGANS PRÓ-DITADURA NAS PAREDES DA IGREJA ONDE SE REUNIAM AS MÃES DA PRAÇA DE MAIO


Buenos Aires, 16 mai (RV) – A igreja de Buenos Aires, que _ em pleno período da repressão _ serviu de refúgio e local de reunião para os familiares dos tantos desaparecidos, amanheceu ontem, com slogans a favor de Jorge Videla _ o primeiro presidente da última ditadura militar argentina _ pintados em suas paredes e colunas..

A frase "Viva Videla!" foi escrita em diversos locais, no interior da paróquia de Santa Cruz, segundo informações aos jornalistas, de Pe. Carlos Saracini.

Nessa igreja, começaram a se encontrar os parentes dos desaparecidos durante a ditadura de 1976-1983, pessoas que, a seguir, constituíram a organização "Madres de Plaza de Mayo" (Mães da Praça de Maio), em defesa dos direitos humanos.

Nas imediações da paróquia de Santa Cruz, foram seqüestradas por paramilitares, em 1977, vários participantes dessas reuniões, entre os quais as religiosas francesas, Ir. Alice Domón e Ir. Leonie Duquet, e a argentina, Ir. Azucena Villaflor, uma das fundadoras das "Mães da Praça de Maio", que foram assassinadas a seguir.

No domingo passado, foi celebrada uma missa nessa igreja, pelos 33 anos do assassinato do sacerdote, Pe. Carlos Mugica (ARGENTINA: RECUPERADAS AS PREGAÇÕES DE PE. MÚGICA, O "CURA DOS POBRES") por mãos de membros da ultradireita, e para a próxima sexta-feira, dia 17, está prevista outra cerimônia religiosa, pelas três décadas de existência das "Mães da Praça de Maio".

Segundo dados oficiais, 18 mil pessoas desapareceram na Argentina, durante a última ditadura militar. Organismos de defesa dos direitos humanos afirmam, todavia, que essa cifra está muito aquém da realidade, e que os números reais seriam 30 mil pessoas. (AF)







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