O exemplo de Fátima para as tentações da Europa. Na homilia da peregrinação de Maio,
Cardeal Angelo Sodano lamentou que a Europa esteja tentada a «esquecer a Fé que fez
a sua força no decorrer dos séculos»
(13/5/2007) 90 anos depois das primeiras aparições, o Santuário de Fátima recebeu
uma das maiores peregrinações da história. Na manhã de hoje, o Cardeal Angelo Sodano,
presidente da celebração e legado pontifício, recordou a história das aparições -
"Maria pousou o seu olhar sobre este lindo ângulo de Portugal" - e lamentou que a
Europa esteja a "esquecer Deus". Esta "epopeia mariana" que se prolongou por cinco
meses "impôs-se ao mundo, como é típico das obras de Deus". Ontem à noite, na
procissão das velas o legado pontifício apelou para que a paz reine no mundo. "Queremos
pedir a Maria que conceda ao mundo inteiro o dom excelso da paz. A guerra assola em
várias regiões do mundo; há conflitos entre grupos étnicos e rivalidades no seio de
numerosos povos". Fátima triunfou "da incredulidade do mundo"; "da oposição das
autoridades e das reservas da igreja". E acrescentou esta manhã: "Não foi a Igreja
que impôs Fátima mas Fátima é que se impôs à Igreja". Na homilia, o Cardeal Angelo
Sodano recordou também a ligação de Fátima aos últimos papas. Ao fazer referência
a João Paulo II, as palmas dos peregrinos soaram naquele recinto. "No dia 13 de Maio
de 1982, ele veio a este belo santuário agradecer à Senhora por ter escapado ao perigo
de morte" - disse. Ao meio milhão de peregrinos, o legado pontifício salientou
também que os homens e mulheres de hoje estão "tentados a esquecer Deus". "Maria sabe
que está em risco a salvação eterna dos seus filhos" - afirmou durante a homilia.
“Nos nossos países, está em curso uma apostasia subreptícia que não pode deixar-nos
indiferentes”, acentuou. E finaliza: "A Europa está tentada a esquecer a Fé que fez
a sua força no decorrer dos séculos".