IGREJA E ESTADO NA ITÁLIA SE SOLIDARIZAM COM PRESIDENTE DA CEI PELAS AMEÇAS RECEBIDAS

Roma, 1º mai (RV) - A Igreja Católica e as autoridades civis na Itália manifestaram sua solidariedade ao presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), Dom Angelo Bagnasco, arcebispo de Gênova, que recebeu, nos dias passados, um envelope contendo uma bala de revólver e uma foto com a suástica. O arcebispo está sob proteção policial desde o início do mês, depois que foi descoberta uma escrita hostil a ele _ "Bagnasco, vergonha!" _ na porta da catedral, por sua posição contrária à legalização das uniões de fato no país.

Bento XVI telefonou a Dom Bagnasco, oferecendo-lhe seu apoio e solidariedade. O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, informou que o telefonema foi "pessoal e de solidariedade", sem fornecer maiores detalhes.

Ontem, o cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, enviara um telegrama à sede da Conferência Episcopal Italiana, em nome do papa, dizendo-se "profundamente sentido por episódios tão graves e inaceitáveis, que ameaçam a serena convivência das comunidades eclesial e civil".

"O Santo Padre _ frisa o telegrama _ renova sua solidariedade, em nome de toda a Igreja, e assegura suas orações para que, amparado pela paz e a segurança em Cristo, possa prosseguir seu serviço, tão frutífero, à Igreja italiana".

"Que, com a ajuda divina e fraterna de todo o povo cristão, possa continuar a agir pelo bem comum, defendendo e promovendo valores humanos e religiosos, sem os quais não seria possível construir democracias livres e estáveis" _ diz ainda o texto do telegrama, que conclui com a bênção do Santo Padre, extensiva a todos os colaboradores da Arquidiocese de Gênova, assim como a toda a comunidade eclesial italiana.

Por sua vez, presidente da Itália, Giorgio Napolitano, publicou uma nota de solidariedade, na qual afirma que "é preciso garantir serenidade na missão pastoral do presidente da Conferência Episcopal Italiana, e manter um diálogo mais responsável e construtivo entre a Igreja, a política e a sociedade civil". (CM)