2007-04-27 16:55:32

PAPA PEDE PROMOÇÃO DE ESTILOS DE VIDA COMPATÍVEIS COM EXIGÊNCIAS DO PROGRESSO SUSTENTÁVEL DOS POVOS


Cidade do Vaticano, 26 abr (RV) - Bento XVI manifesta apreço e reconhecimento pelo seminário sobre "Mudanças climáticas e desenvolvimento", promovido pelo Pontifício Conselho da "Justiça e da Paz". Num telegrama, assinado pelo cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, o papa expressa sua satisfação pela realização do encontro, que se conclui amanhã.

Uma iniciativa _ lê-se no telegrama _ "voltada a aprofundar problemas de relevante importância ambiental, ética, econômica, social e política, com repercussões que incidem, sobretudo, sobre setores mais frágeis da sociedade". O seminário se propõe a analisar as mudanças do clima e as suas conseqüências sociais e políticas.

Faço votos de que a "significativa iniciativa contribua a incentivar a pesquisa e a promoção de estilos de vida, e modelos de produção e consumo marcados pelo respeito pela criação e pelas reais exigências de progresso sustentável dos povos, levando em consideração a destinação universal dos bens, como reitera a Doutrina Social da Igreja": com essas palavras, Bento XVI saúda a abertura dos trabalhos do seminário.

O encontro _ de apenas dois dias de duração _ é uma resposta ao grito de alarme ecológico lançado nos dias passados pelo Conselho de Segurança da ONU, e reúne expoentes políticos, especialistas e autoridades religiosas dos cinco continentes.

As linhas diretrizes do encontro são o estudo publicado pelo "Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas" _ a mais importante comissão de estudo das Nações Unidas sobre o aquecimento global _ segundo o qual, até o final deste século, a temperatura superficial da Terra crescerá provavelmente de 1,8 a 4 graus centígrados.

Uma perspectiva devastadora, portanto, que chama diretamente em causa, as escolhas de desenvolvimento energético e produtivo central sobre os combustíveis e sobre o desmatamento. Os trabalhos do seminário foram abertos pelo presidente do Pontifício Conselho "da Justiça e da Paz", Cardeal Renato Raffaele Martino.

Recordando a lição dos primeiros capítulos da Bíblia, o purpurado ressaltou que "o domínio do homem sobre a criação não deve ser despótico e irresponsável". Daí, a urgência de um perfeito equilíbrio entre as exigências da proteção ambiental e do desenvolvimento dos povos mais necessitados.

É necessário "cultivar e proteger" os bens criados para o desenvolvimento do homem: todo homem e todos os homens" _ concluiu o Cardeal Martino.

Foi de grande interesse a conferência do ministro britânico do Meio Ambiente, Alimentação e Negócios Rurais, David Miliband. Fazendo votos de uma sempre mais frutuosa colaboração entre Estado e Igreja, ele ilustrou a realidade das mudanças climáticas no mundo, apresentando a estratégia de seu governo.

"A mudança climática não pode ser resolvida somente pelos governos ou pela atividade econômica _ precisou o expoente do Reino Unido _ devemos mobilizar os cidadãos no mundo." De fato, a mudança climática apresenta "questões éticas acerca do equilíbrio de responsabilidade entre gerações e entre nações ricas e pobres. "Nessa perspectiva _ concluiu o ministro Miliband _ aos grupos religiosos cabe um papel fundamental, que é o de desenvolver uma base moral e ética para uma ação internacional".

O presidente da Federação Mundial dos Cientistas, o italiano Antonino Zichichi, apresentou os modelos da temperatura global; e Shyam Notka, do Comitê Nacional de Mudanças Climáticas, da Guiana, se deteve sobre as florestas fluviais. (RL)







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