PONTIFÍCIO CONSELHO "DA JUSTIÇA E DA PAZ" PROMOVE SEMINÁRIO SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Cidade do Vaticano, 25 abr (RV) - Inicia-se amanhã, quinta-feira, na sede do
Pontifício Conselho "da Justiça e da Paz", um Seminário de dois dias sobre "Mudanças
climáticas e desenvolvimento", promovido por esse organismo vaticano.
Expoentes
políticos, especialistas e autoridades religiosas dos cinco continentes participarão
do encontro. Entrevistado pela Rádio Vaticano, eis o que nos disse sobre o evento,
o presidente do Pontifício Conselho "da Justiça e da Paz", Cardeal Renato Raffaele
Martino...
Cardeal Martino:- "Em primeiro lugar, é preciso considerar
que nem todo o mundo científico anuncia um desastre. Há uma boa parte _ consistente
_ de cientistas que não vêem de modo tão negativo, essas mudanças climáticas; aliás,
após dizerem que se trata de fenômenos que se repetem no curso dos anos e das épocas,
dizem também que por vezes, podem ser até mesmo favoráveis à agricultura e ao desenvolvimento.
Naturalmente nós vemos a coisa com um espírito de maior precaução."
P. A
Santa Sé, portanto, se preocupa com essas mudanças climáticas, mesmo porque essas
mudanças podem produzir conseqüências nos equilíbrios sociopolíticos?
Cardeal
Martino:- "Isso é natural: quem tem maiores recursos para afrontar essas mudanças,
tem também maior serenidade; já quem não tem esses recursos, tem maior preocupação.
Certamente, também nesse campo, se faz sempre apelo à solidariedade internacional
e à comunidade internacional. É necessário refletir sobre a situação e sobre cada
aspecto, como por exemplo, o relativo às fontes de energia, que são consumidas em
grande parte pelo mundo desenvolvido. Existem, portanto, evidentes desequilíbrios.
Trata-se de problemas importantes que é necessário afrontar e que comportam também
uma mudança de estilos de vida. Isso é importantíssimo."
P. O que se pode
fazer, procurando preservar, ao mesmo tempo, as exigências da justiça social?
Cardeal
Martino:- "Isso representa a finalidade do nosso seminário, do nosso encontro
internacional. É preciso aprender o modo de afrontar esses problemas modernos. É importante
também, não os deixar somente aos cientistas, mas procurar, também nós, perguntar-nos
e, portanto, compreender como todos nós, pessoas comuns, podemos, com a nossa ação
pessoal, contribuir para a resolução e a contenção dessas situações." (RL)