O desenvolvimento exige a promoção e defesa da dignidade da mulher: uma prioridade
apontada na UNESCO pelo representante da Santa Sé
(24/4/2007) A Santa Sé está certa de que uma das prioridades actuais para promover
o autêntico desenvolvimento passa pela promoção da dignidade da mulher. Foi o que
salientou D. Francisco Follo, observador permanente da Santa Sé na Organização das
Nações Unidas para a Educação e a Cultura (UNESCO), ao tomar a palavra perante o seu
Conselho Executivo sobre as estratégias que esta instituição se propõe, de 2008 a
2013. O prelado apresentou como prioridade para essa instituição «a promoção real
da dignidade das mulheres e da sua participação responsável na vida social, em todos
os níveis». O representante da Santa Sé recordou que Bento XVI, na sua mensagem por
ocasião da Jornada Mundial da Paz de 2007, mostrou a influência que hoje em dia têm
as desigualdades entre homens e mulheres nos conflitos sociais em todo o mundo. «Na
origem de frequentes tensões que ameaçam a paz, encontram-se certamente muitas desigualdades
injustas que existem no mundo. Entre elas, são particularmente insidiosas, por um
lado, as desigualdades no acesso a bens essenciais como a comida, a água, a casa ou
a saúde; por outro, as persistentes desigualdades entre homem e mulher no exercício
dos direitos humanos fundamentais», denunciava o pontífice. Por isso - salientou
o representante da Santa Sé - «a insuficiente consideração da condição feminina provoca
também factores de instabilidade na ordem social». «Não se pode cair na ilusão de
que a paz está assegurada enquanto não se superarem também estas formas de discriminação,
que dilaceram a dignidade pessoal inscrita pelo Criador em cada ser humano», acrescentou.
O prelado insistiu «no papel activo da mulher no desenvolvimento social». A Santa
Sé, disse, «reconhece seu papel incomparável na formação humana da juventude e no
sistema macro-económico, o seu apego aos valores humanos e morais que transmitem também
às novas gerações, a protecção da vida, a sua atenção pela paz e a solidariedade fraterna,
o cuidado pelas pessoas idosas e doentes, o cuidado da sua família e filhos, o seu
sentido de interioridade». «Graças às mulheres, cuja actividade com frequência humilde
e escondida deve ser apoiada -- assegurou --, a família poderá ser mais promovida
como célula fundamental da sociedade, os jovens aprenderão a integrar-se melhor nos
tecidos sociais, a paz será buscada mais intensamente, o diálogo e as relações humanas
serão convertidos em factores de fraternidade e solidariedade.» Em definitivo, disse,
«toda a sociedade receberá benefícios da própria vocação, da acção e do génio feminino».