Bento XVI pede a mobilização da comunidade internacional em favor dos mais desprotegidos.
O Papa escreveu á Chanceler alemã por ocasião da presidência da UE e da proxima cimeira
do G8
(24/4/2007) Bento XVI considera que a eliminação da pobreza constitui "uma das tarefas
mais importantes do nosso tempo". O Papa escreveu à Chanceler da Alemanha, Angela
Merkel, por ocasião da presidência alemã da UE e da próxima cimeira do G8, que irá
decorrer neste país. Nesta carta, pede "condições comerciais favoráveis" para
os países pobres, incluindo "um acesso amplo e sem reservas ao mercado", bem como
o perdão "completo e incondicional" da dívida externa. Esta medida, acrescenta, deve
ser acompanhada de outras que assegurem que os países pobres não acabem, novamente,
"em situações de dívida insustentável". A missiva foi divulgada pela Santa Sé,
juntamente com a resposta de Merkel, com datas de 16 de Dezembro de 2006 e 2 de Fevereiro
de 2007, respectivamente. Para Bento XVI, é fundamental que não se perca de vista
o problema da pobreza e se coloque o continente africano "no centro das negociações
políticas internacionais". Neste contexto, tanto a UE como o G8 devem "desempenhar
um papel chave". "Pessoas de diferentes religiões e culturas de todo o mundo estão
convencidas de que o objectivo de eliminar a pobreza até 2015 é um dos mais importantes
do nosso tempo", refere o Papa. Permitir que os países mais pobres se desenvolvam
de uma forma cada vez mais interligada com os países ricos, no processo da globalização,
é para Bento XVI "um dever moral, grave e incondicional, baseado sobre a pertença
comum à família humana". A carta apela aos países ricos para que assumam os seus
compromissos no âmbito da ajuda ao desenvolvimento, pedindo um maior investimento
"no campo da pesquisa e do desenvolvimento de medicamentos para o tratamento da Sida,
da tuberculose, da malária e de outras doenças tropicais". Assim, convida a "enfrentar
a urgente tarefa científica de criar uma vacina contra a malária". Entre os outros
pedidos do Papa à comunidade internacional estão uma redução significativa do comércio
de armas, um combate ao "tráfico ilegal de matérias-primas" e da fuga de capitais
dos países pobres, bem como da "lavagem de dinheiro". Angela Merkel respondeu
com um agradecimento pelo apoio do Papa aos esforços alemães nesta matéria. Esta responsável
assegurou a sua disposição de levar por diante o diálogo com os países "emergentes"
a respeito das soluções para "os problemas. ´´E importante a iniciativa de Bento
XVI que relançou o tema da divida externa na carta enviada á Chanceler alemã Ângela
Merkel. A Igreja católica - sublinhou o director da Sala de Imprensa da Santa Sé Padre
Frederico Lombardi – deseja manifestar o seu apreço e apoio de maneira explicita e
motivada ao empenho a favor dos países pobres e em particular da África ferida pela
SIDA. O Papa – acrescentou o director da Sala de Imprensa da Santa Sé - manifesta
a sua preocupação viva pelos países mais pobres e pela áfrica em particular. É uma
preocupação também esta em plena continuidade com aquelas dos seus predecessores -
acrescentou o padre Lombardi – para o qual não é verdade que ele seja eurocêntrico,
como afirmam alguns. Em breve irá á América Latina. Quando fala da Europa, o Papa
pensa numa Europa aberta ao mundo na justiça e na solidariedade, para a construção
de um mundo respeitoso da dignidade de cada pessoa.