A VISITA PASTORAL DE BENTO XVI A VIGEVANO E PAVIA, NAS PEGADAS DE SANTO AGOSTINHO
Pavia, 22 abr (RV) – Dando prosseguimento à sua visita às dioceses italiana
de Vigevano e Pavia, na manhã deste domingo, o Santo Padre deixou a sede episcopal
de Pavia, onde pernoitou, e se dirigiu à Policlínica São Mateus, da cidade, para se
encontrar com os dirigentes, médicos, paramédicos e com os doentes acompanhados de
seus familiares. O Papa expressou sua solidariedade pessoal para com o mundo do sofrimento
e explicou...
"O hospital é um lugar de certo modo sagrado, onde se experimenta
a fragilidade da natureza humana; porém, é um lugar também, de enormes potencialidades
e recursos da inteligência do homem e da técnica, a serviço da vida."
A vida
do homem é um grande dom, mas permanece sempre um mistério. Toda pessoa pode ser acometida
pela doença, contudo, o enfermo pode se tornar meio de purificação e de redenção para
o mundo, refletiu o papa.
Depois de prometido suas orações por todos, Bento
XVI se despediu dos presentes, e se transferiu para o Colégio Borromeu, de Pavia,
onde presidiu a uma solene celebração eucarística.
Em sua homilia, o pontífice
recordou que, depois da Ressurreição de Jesus, os apóstolos começam a dar seu testemunho,
em plena Cidade Santa. As palavras-chave de Pedro eram: conversão e perdão dos pecados.
Ao logo da história da cristandade, continuou o Santo Padre, o Senhor nos indicou
alguns modelos de conversão, nos quais encontramos orientação e citou, por exemplo,
Pedro, Paulo e Agostinho.
Falando de Santo Agostinho, o pontífice recordou
que ele foi um dos maiores convertidos da história da Igreja e passou a apresentar
as três grandes etapas do seu caminho de conversão. Mais do que três etapas _ disse
o papa _ Agostinho teve três conversões.
A primeira conversão fundamental _
frisou _ foi seu "caminho interior rumo ao Cristianismo". A segunda, que ele mesmo
descreve em suas Confissões, foi "retornar à África e dedicar-se, de corpo e alma,
ao seu Senhor". E a terceira, decisiva para sua conversão, foi "o aprofundamento das
Sagradas Escrituras", que resultaram nos seus escritos famosos, que o levaram a ser
padre e doutor da Igreja.
Ao término da santa missa, o Santo Padre rezou a
oração mariana Regina Coeli, com milhares de fiéis, pessoas idosas e enfermas, religiosos
e religiosas, e os jovens, exortando-os...
"Faço votos de que vocês possam
descobrir sempre a alegria de seguir Jesus e de se tornar seus amigos. Esta foi a
alegria de Pedro e dos demais apóstolos, dos santos e das santas de todos os tempos."
Após
a celebração eucarística e o sucessivo Regina Coeli, o papa almoçou com os bispos
da região da Lombardia, na sede episcopal de Pavia. À tarde, foi _ de papamóvel _
até a famosa e secular Universidade de Pavia, onde manteve um encontro com o mundo
da cultura. Alí, o Santo Padre recordou alguns nomes de grandes personalidades que
se formaram naquela Universidade, entre as quais Alessandro Volta e Carlos Forlanini,
e diversos santos e papas, como São Pio V, São Carlos Borromeu e Santa Beretta Molla.
"Toda Universidade _ concluiu _ tem uma vocação inata comum: a centralidade
da pessoa e a dimensão comunitária são seus dois pólos coexistenciais. É um lugar
onde a pessoa do estudante é preservada do anonimato, e onde se cultiva um diálogo
fecundo com os docentes, que contribuem para o crescimento cultural e humano do próprio
estudante."
Por fim, Bento XVI deixou a Universidade de Pavia e se deslocou,
de papamóvel, para a Basílica de São Pedro, em Ciel D'Oro, última etapa da sua visita
pastoral à região italiana da Lombardia. Ali, o Pontífice presidiu à recitação das
Vésperas, com os sacerdotes, religiosos, religiosas e seminaristas da diocese de Pavia,
e venerou as relíquias de Santo Agostinho.
Ressaltando a atualidade da mensagem
deste grande doutor da Igreja, o Santo Padre deixou uma última exortação: "Eis, então,
a mensagem que, ainda hoje, Santo Agostinho repete a toda a Igreja: o amor é a alma
de vida da Igreja e da sua ação pastoral. Somente quem vive, pessoalmente, a experiência
do amor do Senhor, pode exercer a tarefa de guiar os outros na seqüela de Cristo.
Seguindo o exemplo de Santo Agostinho, anunciem a mensagem de perdão e de reconciliação."
Com
essas palavras, Bento XVI concluiu sua visita pastoral às cidades de Vigevano e Pavia,
nas pegadas de Santo Agostinho de Hipona. (MT)