EXTREMISTAS ISLÂMICOS AMEAÇAM COLOCAR FOGO NAS IGREJAS CRISTÃS NO IRAQUE

Bagdá, 18 abr (RV) - A comunidade cristã no Iraque continua vivendo sob a sombra da guerra, da violência e das ameaças dos extremistas islâmicos.

Desta vez, os cristãos do bairro de Dora, em Bagdá, foram intimados a retirar as cruzes de suas igrejas, caso contrário as igrejas serão incendiadas.

Os extremistas deram um prazo aos cristãos, para se converterem ao Islã. Caso não o façam, serão mortos. Os fundamentalistas islâmicos emanaram uma norma que proíbe o uso da cruz no pescoço ou fazer gestos rituais ligados ao Cristianismo, o que levaria ao confisco dos bens das famílias cristãs obrigadas a deixar suas próprias casas.

As ameaças contra os cristãos têm sido uma constante, em particular nos últimos meses. Apenas a Igreja de São Pedro e São Paulo, da comunidade caldéia, resiste às ameaças: uma verdadeira campanha persecutória, que se estende a outras regiões do Iraque, especialmente Mosul.

O bispo auxiliar de Bagdá, Dom Shlemon Warduni, disse à agência missionária de notícias _ AsiaNews _ que há dois meses, outras igrejas não ostentam suas cruzes sobre suas cúpulas. No caso da Igreja de São Jorge, da comunidade assíria, foram os próprios extremistas islâmicos que subiram ao teto para arrancar a cruz.

Para a igreja caldéia de São João, sempre em Dora, os próprios fiéis decidiram colocar a cruz num lugar seguro, depois de várias ameaças recebidas.

No entanto, cresce a preocupação dos cristãos de Bagdá, depois da iniciativa das tropas norte-americanas, de ocuparem o edifício do "Babel College", propriedade da Igreja Caldéia e única faculdade teológica do país. As tropas estadunidenses utilizam o edifício como base militar e de observação. (MJ)