NA HOMILIA DA MISSA PELOS SEUS 80 ANOS, PAPA RECORDA QUE AS TREVAS QUE AMEAÇAM O MUNDO
SÓ PODEM SER VENCIDAS COM A MISERICÓRDIA DIVINA
Cidade do Vaticano, 15 abr (RV) - Bento XVI evocou, neste domingo, as "trevas"
que ameaçam o mundo, e afirmou que elas só podem ser vencidas pelo "poder da Misericórdia
Divina".
Numa Praça São Pedro inundada de sol e repleta de fiéis e peregrinos
de todo o mundo, o pontífice presidiu à celebração eucarística em ação de graças pelos
seus 80 anos, que serão festejados amanhã, dia 16 de abril.
Ladeado por cerca
de 60 cardeais e por numerosos membros da cúria romana, o papa agradeceu a Deus pelo
dom da vida, e recordou seu predecessor _ João Paulo II _ que decidiu dedicar o domingo
depois da Páscoa, chamado "domingo in albis", à festa da Misericórdia Divina.
Misericórdia
_ sublinhou _ que "limita o mal", oferecendo a certeza do perdão e da consolação,
para toda a humanidade. Bento XVI afirmou que somente a misericórdia é capaz de trazer
a paz, "não a paz segundo a mentalidade do mundo, como equilíbrio das forças, mas
como uma nova realidade, fruto do amor de Deus".
João Paulo II "viveu sob duas
ditaduras (a ocupação nazista e, depois, o regime comunista na Polônia) e, no contato
com a pobreza, com a necessidade e a violência, ele fez uma profunda experiência do
poder das trevas, que ameaçam também o mundo atual" _ disse Bento XVI.
Durante
a celebração desta manhã, o papa rendeu graças a Deus também pelo seu 2º aniversário
de seu pontificado, que se celebra na quinta-feira, 19 de abril.
Nascido no
dia 16 de abril de 1927, Bento XVI foi eleito à Cátedra de Pedro no dia 19 de abril
de 2005.
Em sua homilia, pontilhada de agradecimentos, o papa lembrou sua família
e sua ordenação sacerdotal como exemplos dos dons que Deus lhe concedeu em sua vida,
e sublinhou que, para ele, nascer "no seio de uma família", e "renascer" na mesma
época, através do Batismo, no seio "da grande família de Deus" são dons divinos. "Agradeço
a Deus por ter podido viver a experiência do que significa a família" _ disse o Santo
Padre.
Concluindo, o pontífice manifestou sua "alegria e reconhecimento" para
com todos aqueles que o ajudam e amparam com suas orações, sua fé e seu amor, para
o desempenho de seu ministério.
"Reiteradamente, vejo com alegria e reconhecimento
_ disse _ quanto são numerosos aqueles que me amparam com suas orações; aqueles que,
com sua fé e seu amor, me ajudam a desempenhar meu ministério; que são indulgentes
com a minha fraqueza, reconhecendo também na sombra de Pedro, a luz benéfica de Jesus
Cristo. Por isso, gostaria, neste momento, de dar graças ao Senhor e a todos vocês!"
Durante
a cerimônia, o decano do sacro colégio cardinalício e ex-secretário de Estado, Cardeal
Angelo Sodano, leu uma mensagem de agradecimento aos cardeais pela eleição de Joseph
Ratzinger "como guia seguro" no caminho da Igreja.
Bento XVI comemorará seu
aniversário, amanhã, com uma refeição na Sala Régia. Todos os cardeais que se encontram
em Roma _ cerca de 60 _ estarão presentes.
Depois, o papa poderá desfrutar
de uma de suas grandes paixões _ a música _ pois, como presente especial, assistirá
_ na Sala Paulo VI, no Vaticano _ ao concerto organizado em sua homenagem, pela Orquestra
Sinfônica da Rádio de Stuttgart.
Ainda amanhã, estará nas livrarias de toda
a Itália, o primeiro livro de Joseph Ratzinger, desde sua eleição como pontífice,
intitulado "Jesus de Nazaré".
Após a celebração eucarística de ação de graças
pelos seus 80 anos de vida, o papa rezou, com os fiéis, a oração mariana do Regina
Coeli, que substitui o Angelus neste período pascal.
Na saudação que fez aos
peregrinos poloneses presentes na Praça São Pedro, Bento XVI recordou que, cinco anos
atrás, em Cracóvia, João Paulo II confiara o mundo inteiro à Misericórdia Divina,
misericórdia de que a humanidade tanto necessita hoje.
"Peçamos _ exortou o
papa _ que esse dom de Deus se estenda, sobretudo, sobre aquelas nações onde predominam
a opressão, o ódio e a tragédia da guerra. Que o Amor Divino vença o pecado e que
o bem vença o mal" _ concluiu o pontífice. (AF)