"Jesus de Nazaré", o novo livro de Bento XVI, será apresentado esta tarde
(13/4/2007) Na tarde desta sexta feira, na Aula do Sínodo no Vaticano será apresentado
o novo livro de Bento XVI, "Jesus de Nazaré", que chegará às livrarias na próxima
segunda feira dia 16 de Abril, com edição em italiano, alemã, e polaco. A obra,
como é natural, está rodeada por uma grande expectativa, não fosse o actual Papa um
dos mais respeitados teólogos da Igreja Católica neste último meio século. O "seu"
Jesus passa agora para um livro, trabalho que Joseph Ratzinger desenvolve desde 2003,
ainda antes da sua eleição, tendo como objectivo superar a separação entre "o Cristo
da fé e o Jesus histórico". No prefácio deste volume, já divulgado, o Papa diz
que o livro não é, em absoluto, uma obra magisterial, mas unicamente a expressão da
sua pesquisa pessoal do rosto do Senhor. Por isso, assegura Bento XVI, o objectivo
é "tentar apresentar o Jesus dos Evangelhos como o verdadeiro Jesus, como o Jesus
histórico no verdadeiro sentido da expressão". "O ensinamento de Jesus não provém
de uma aprendizagem humana, qualquer que seja. Vem do contacto imediato com o Pai,
do diálogo cara a cara, do ver aquilo que está no seio do Pai. É palavra de Filho.
Sem este fundamento interior, seria temeridade", escreve. O interesse pela história
real de Jesus de Nazaré impulsionou, nos últimos séculos, quase todos os especialistas,
crentes e não crentes, adentrar - se, com diferentes perspectivas e instrumentos,
nos difíceis campos da história de Jesus que, de maneira tão singular, marcou a nossa
época. Bento XVI cita autores da sua juventude, os quais publicaram textos em
que a imagem de Jesus "é delineada a partir dos Evangelhos: como Ele viveu na Terra
e como, apesar de ser inteiramente homem, trouxe ao mesmo tempo Deus aos homens, com
o qual, enquanto Filho, era uma só coisa". "Assim - explica o Papa - através
do homem Jesus, torna-se visível Deus e, a partir de Deus, pode ver-se a imagem do
homem justo". A obra lembra que, na investigação recente, "o fosso entre o Jesus
histórico e o Cristo da Fé se torna cada vez maior". "Os progressos da pesquisa histórico-crítica
conduziram a distinções, cada vez mais subtis, entre os diversos estratos da tradição",
assinala o Papa, "e a figura de Jesus, sobre a qual se apoia fé, torna-se cada vez
mais incerta, toma contornos cada vez menos definidos".