BISPOS DE ZIMBÁBUE CRITICAM GOVERNO: "SE NÃO TIVERMOS IMEDIATAMENTE ELEIÇÕES DIRETAS,
CORREMOS O RISCO DE UMA REVOLTA DE MASSA"
Harare, 11 abr (RV) – Os bispos de Zimbábue divulgaram uma carta pastoral,
por ocasião da Páscoa, na qual acusam o governo de Robert Mugabe, de "corrupção" e
"má administração", denunciando o risco de uma possível revolta popular, se não forem
propostas, imediatamente, eleições diretas no país.
"Nossa terra vive uma crise
profunda" e "uma instável situação de extremo perigo" _ afirmam os prelados, proclamando,
para o próximo dia 14, uma jornada de oração e jejum para todos os fiéis de Zimbábue.
Os
bispos comparam os sofrimentos que se vêem no país, com a opressão bíblica dos egípcios
sobre os hebreus, e acrescentaram que a crise não "é só política e econômica, mas,
antes de tudo, espiritual e moral".
"O sofrimento da população _ explicam os
prelados _ aumenta cada vez mais, através de boicotes, greves, manifestações e rebeliões,
enquanto o governo responde com uma opressão mais dura, por meio de prisões, proibições,
maus-tratos e torturas.
"Para evitar derramamento de sangue e uma revolta de
massa _ afirma o Episcopado _ o país necessita de uma nova constituição de inspiração
popular, que possa ser feita por representantes democráticos escolhidos mediante eleições
livres e justas, e que ofereçam a chance de um renascimento econômico, através de
políticas honestas.
Dirigindo-se, por fim, à população, os bispos deixam uma
mensagem de esperança: "O Senhor está do nosso lado, Ele escuta sempre os lamentos
dos pobres e dos oprimidos, e os salva." (RS)