2007-04-06 13:26:37

A Via Sacra no Coliseu de Roma presidida pelo Papa: dor, esperança e amor nas meditações que acompanharam as várias estações. Bento XVI pediu sensibilidade pela paixão e sofrimento dos outros


(6/4/2007) Bento XVI presidiu na noite desta sexta feira no Coliseu de Roma a Via Sacra que este ano contou com meditações do biblista italiano Gianfranco Ravasi, actual Prefeito da Biblioteca Ambrosiana e membro da Comissão Pontifícia Bíblica.
O texto publicado pela Livraria Editora do Vaticano, apresenta uma viagem "na dor, na solidão, na crueldade, no mal e na morte". Este é, também, um percurso "na fé, na esperança e no amor, porque o sepulcro, a última etapa do nosso caminho, não permanecerá fechado para sempre".
Na primeira estação, por exemplo, Jesus foi apresentado na "angústia" perante a morte, no Jardim das Oliveiras, sendo possível descobrir nele "o nosso próprio rosto, quando é regado por lágrimas e marcado pela desolação".
As meditações abordam a traição de Judas, o dever de testemunhar a verdade, a negação de Pedro, a indiferença, a vulnerabilidade, o mistério do encontro com Deus, a presença das mulheres e mesmo a curiosidade da multidão.
O crucificado, refere o texto, "é um sinal humano universal da solidão da morte e também da injustiça e do mal", mas também "um sinal divino universal de esperança".
"O nosso Deus não é um Deus longínquo, intocável na sua beatitude, o nosso Deus tem um coração, melhor, tem um coração de carne, incarnou-se precisamente para poder sofrer connosco nos nossos sofrimentos, fez-se homem para nos dar um coração de carne e despertar em nós o amor pelos nossos irmãos que sofrem".
Com estas palavras Bento XVI concluiu a Via Sacra no Coliseu de Roma.
Rezemos – disse - por todos aqueles que sofrem no mundo, para que Deus nos dê um coração de carne, nos faça mensageiros do seu amor não só com palavras mas com a nossa vida inteira: seguindo Jesus no caminho da sua paixão vemos não só a paixão de Jesus, mas vemos todos os sofredores do mundo, e é esta a profunda intenção da oração da Via Sacra: abrir os nossos olhos e ajudar a ver o coração".
O maior pecado do mundo pagão - explicou o Papa - era a sua insensibilidade e dureza de coração: converter-se a Cristo, tornar-se cristão, queria dizer receber um coração de carne, sensível pela paixão e sofrimentos dos outros"








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