Igreja Católica em Angola apela á dignificação da pessoa humana
(4/4/2007) Nas comemorações dos cinco anos de Paz em Angola, A Igreja Católica reforça
a necessidade da dignificação da vida dos angolanos, respeitando a liberdade, a igualdade
e os direitos humanos. Numa nota tornada pública esta terça-feira e reflectindo
estas vertentes, a Comissão Episcopal de Justiça e Paz da CEAST , ressalta, à propósito,
que «na celebração dos cinco anos da Paz, a Igreja, qual sentinela da Humanidade,
quer chamar a atenção para a necessidade de nós, em Angola, irmos criando uma mentalidade
que dignifique mais a vida Humana» VIDA Segundo o documento que reflecte também
o dia da reconciliação assinalado no IV domingo da Quaresma, a dignificação da vida
humana passa por «dar a cada um o indispensável para viver; procurando fazer com que
as receitas provenientes dos recursos naturais e não só, sirvam para o bem de todos;
rejeitando as influências externas quanto a políticas abortivas e fazendo um plano
sério de desarmamento da população civil antes das próximas eleições», lê-se no documento. LIBERDADE De
acordo com a nota «a liberdade é recordar a todos que ela é uma das quatros colunas
da Paz, juntamente com a justiça, com a verdade e com o amor». «A construção de
uma sociedade pluralista que se pretende democrática e de direito, não será alcançada
sem a necessária valorização da liberdade de expressão, que é, afinal um apanágio
da democracia. A liberdade de expressão, utilizada para fazer o bem, é um grande pilar
da Paz e da Democracia, evita os ressentimentos e faz com que cada possa contribuir
com as suas ideias para o progresso do país. Travar a liberdade é igual a opressão». UNIDADE
E IGUALDADE A CEAST por várias vezes «alertou para o perigo que representam as
assimetrias entre a cidade e o campo, entre as capitais de província e o interior».
A Paz e a reconciliação passam pela busca do equilíbrio nas políticas de desenvolvimento.
«Passados cinco anos do histórico 4 de Abril de 2002, a maioria dos angolanos não
pressente os benefícios da Paz na sua vida diária. «A fome, a falta de medicamentos,
o analfabetismo galopante e o obscurantismo causador de mortes de pessoas indefesas
(velhos e crianças acusados de feiticeiros), a intolerância política (porque há activistas
de partidos que são analfabetos em democracia) devem ser ultrapassados com o trabalho
e com políticas inclusivas, conscientes de que os Direitos implicam também os deveres» NÃO
HÁ PAZ SEM O RESPEITO PELOS DIREITOS HUMANOS Na nota, a Comissão Episcopal faz
uma introspecção à mensagem do Papa Bento VXI alusiva ao dia mundial da Paz, sob o
título «a pessoa humana, coração da Paz», onde o Santo Padre recorda que «não há Paz
sem o respeito pelos direitos humanos». Nessa mensagem o Papa lembra que «a pessoa
Humana, no nosso caso, o Angolano, ele mesmo é um dom e tem uma missão primária a
cumprir: construir a Paz». A nota da Comissão Episcopal de Justiça e Paz da CEAST,
é alusiva ao dia da Reconciliação Nacional que na Igreja Católica foi assinalado no
quarto domingo da Quaresma, este ano comemorado também a 4 de Abril, o dia da Paz. (texto
integral em "Igreja")