2007-03-30 13:53:03

Diálogo entre culturas e religiões para reduzir as fontes de tensão e confronto entre grupos ou nações


(30/3/2007) Recebendo nesta sexta-feira a nova Embaixadora da Ucrânia, a quinze anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre a Santa Sé e este país da antiga União Soviética, Bento XVI recordou a necessidade de “um diálogo exigente e aprofundado entre as culturas e as religiões”, que permita “reduzir as fontes… de tensão e confronto entre grupos ou nações”.
“A Ucrânia, que (observou o Papa) sempre teve uma vocação de porta entre o Oriente e o Ocidente, em razão da situação geográfica, nos confins orientais do continente europeu, empreendeu e intensificou nestes anos uma política de abertura e de colaboração com os outros países do continente. A Santa Sé – assegurou o pontífice – aprecia esta perspectiva que contribui para restituir à Europa a sua verdadeira dimensão, assegurando as condições de uma intercâmbio frutuoso entre países do Ocidente e do Oriente, entre os dois pulmões culturais que forjaram a história da Europa e que marcaram nomeadamente a sua história cristã”.
Bento XVI exprimiu a convicção de que “a nação ucraniana, profundamente impregnada pelo Evangelho na sua vida, cultura e instituições… terá a peito transmitir às outras nações o dinamismo da sua identidade, preservando ao mesmo tempo as características originais”. “Há que favorecer um diálogo exigente e aprofundado entre as culturas e as religiões, não para as nivelar todas num sincretismo empobrecedor mas sim para permitir que se desenvolvam num respeito recíproco e que colaborem a favor do bem comum, cada uma segundo o próprio carisma. Esta perspectiva (considerou o Papa) permitirá certamente reduzir os motivos sempre possíveis de tensão e afrontamento entre os grupos e as nações, garantindo assim a todos as condições de uma paz e de um desenvolvimento duradouros”.
O Papa congratulou-se com o clima de boas relações existente, na Ucrânia, entre as autoridades públicas e as Igrejas e Comunidades eclesiais. “Os crentes – afirmou textualmente o Papa – gozam no vosso país da liberdade religiosa - dimensão essencial da liberdade do homem e portanto expressão superior da sua dignidade”. Neste contexto, Bento XVI exprimiu o desejo da Igreja Católica de participar activamente na missão educativa, colocando ao serviço de todos a sua experiência, em relação com as outras confissões cristãs, e isso em conformidade com a colaboração já concretizada através do “Conselho pan-ucraniano das Igrejas e organizações religiosas”, na elaboração conjunta de um programa para o ensino da ética cristã nas escolas públicas.
Quase a concluir, o Santo Padre saudou a comunidade católica que vive na Ucrânia e que – fez notar – “pertence aos dois ritos bizantino e latino, levando assim no seu seio a preocupação pelo diálogo permanente entre as duas tradições oriental e ocidental, que pertencem à vida da Igreja Católica e que modelaram a história do continente europeu”. “Todos os católicos da Ucrânia – assegurou o Papa – desejam testemunhar quotidianamente o Evangelho através da solidariedade com os mais pequenos, a vontade de construir a paz e o desejo de consolidar cada vez mais os valores da família”. “Encorajo-os a mostrarem-se sempre disponíveis a consolidar o diálogo ecuménico, tão necessário para ultrapassar as dificuldades e para chegar à tão desejada unidade, a fim de dar ao mundo um testemunho mais autêntico da Boa Nova”.








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