2007-03-28 12:53:16

HANS KÜNG APELA À IGREJA PARA NÃO RADICALIZAR POSTURA SOBRE PROBLEMAS DELICADOS


Cidade do México, 28 mar (RV) - O teólogo Hans Küng fez um apelo à Igreja católica a não radicalizar sua postura sobre o aborto, a eutanásia, a homossexualismo e a anticoncepção, quatro problemas que ele considera delicados, porque os mesmos católicos têm visões diferentes e não é possível integrá-los numa ética mundial.

Sem entrar em polêmica, Hans Küng admitiu que o México vive hoje um debate, e sobre o aborto afirmou: "queremos respeito para a vida sem decidir quando começa a vida humana e quanto começa a pessoa".

Ao apresentar sua conferência intitulada "Ética para uma atitude responsável" o teólogo suíço e também sacerdote de 80 anos, condenou os abusos sexuais de crianças e jovens cometidos na Igreja católica e advertiu que poderiam ser evitados se o princípio de igualdade tivesse sido cumprido.

Küng reconheceu não ser especialista na situação do México, mas se declarou "amigo" daquele país. Por isso, comentou, "não quero fazer juízos sobre a situação atual, mas o certo é que se percebe uma falta de confiança e de visão".

"Estou convencido de que se pode fazer algo mais que leis ou aumentar o policiamento; isso não resolve os problemas. Antes torna-se necessário um impulso ético, ou seja, uma mudança de mentalidade para afrontar os problemas da violência e da pobreza no país".

Perante um auditório de 3 mil e 300 pessoas, Küng delineou os quatro princípios fundamentais da convivência humana: o compromisso a favor da não-violência; uma cultura da solidariedade, da justa ordem econômica; a cultura da tolerância; e, por último, a cultura da igualdade.

Küng, presidente da Fundação Ética Mundial, mencionou os princípios que regem esta organização que busca a mudança de mentalidade entre os homens.

Durante sua conferência, o teólogo esteve acompanhado pelo bispo emérito de San Cristóbal de las Casas, dom Samuel Ruiz, pelo arcebispo da Igreja ortodoxa, Athenágoras; pelo presbítero anglicano Ricardo Blanco e pelo padre católico Mario Ángel Flores. (MZ)







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