PASCUAL CHAVEZ, REITOR-MOR DOS SALESIANOS AFIRMA: "A EUROPA ESTÁ GOVERNADO PELOS MAÇONS"
Madri, 25 mar (RV) - O Reitor-mor dos Salesianos, Pe. Pascual Chavez, denuncia
que "os novos pais da Europa são maçons" e puseram em andamento um "plano para descristianizar"
o Velho Continente, que pretende relegar a religião e construir uma Europa laica e
laicista. O mais significativo de todos eles é o "famoso maçon Valery Giscard d'Estaing".
Segundo
o chefe dos 16.500 salesianos, a estratégia dos "novos pais não-crentes" da Europa,
ao contrário dos fundadores (todos crentes), consiste em "marginalizar a religião
e deixá-la sem espaço social e político, porque no passado foi a causa que provocou
guerras e enfrentamentos".
O segundo passo desta estratégia _ continua o superior
geral dos salesianos _ consiste em marginalizar a Igreja, porque "colocou travas na
roda do desenvolvimento científico e técnico". E o terceiro passo se fundamenta na
opção pela multiculturalidade. "que é a opção mais difícil". Pois bem _ esclarece
o superior salesiano _. " por detrás desta estratégia está a maçonaria".
O
Reitor-Mor dos Salesianos, o mexicano Pe. Pascual Chavez, disse também que a Igreja
católica precisa entender que ela é hoje uma minoria criativa, numa sociedade que
vive uma situação cultural na qual o elemento religioso está em crise, e deve, por
isso, agir de acordo com essa realidade.
Pe. Pascual Chavez, que esteve na
Espanha visitando comunidades salesianas, analisou a realidade vivida pela Igreja
nos diferentes continentes (os salesianos são a segunda congregação religiosa masculina
em importância numérica e a mais espalhada territorialmente), e asseverou que na Europa
estão os maiores desafios e dificuldades.
Num encontro com a Associação de
Jornalistas de Informação Religiosa (APIR), o Reitor-mor afirmou que no caso do Ocidente
a Igreja tem cada vez mais dificuldade de entender os jovens. É considerada como "uma
Igreja daltônica que vê como o semáforo vermelho em todos os grandes debates sobre
a família, a vida, ou seja, sobre os grandes problemas".
No entanto, Pe. Chavez
esclareceu que "a sociedade européia ocidental é igualmente daltônica, porque vê com
a cor verde, permitindo tudo sobre a família e sobre a vida, parece que não há nenhum
valor realmente vinculado à natureza, tudo é cultural".
"Então _ acrescentou
_ os jovens vêm a Igreja muito fechada, muito preocupada com suas verdades e, com
relação à realidade na qual se vive, com respostas pré-fabricadas, com uma estrutura
que lhe deixa excessivamente burocrática e não somente dogmatizante", ao mesmo tempo
com uma liturgia "pouco inculturada para eles".
O problema da Europa hoje é
um problema social e cultural, do qual a parte religiosa é somente um elemento. No
fundo não é a Igreja que está em crise, mas é o elemento religioso que está em crise,
e é considerado como se fosse um ranço do passado, quando o homem não era científico
e técnico e precisava atribuir aos deuses; isto, portanto, é expressão de um atraso
social".
Sobre a V Conferência do Episcopado Latino-americano e Caribenho em
Aparecida, Brasil, que contará em sua abertura com a presença do papa Bento XVI, o
Pe. Pascual Chavez declarou que viu "menos entusiasmo pelo tema de uma conferência
do episcopado em relação com as expectativas que suscitaram as anteriores, em Medellín,
Puebla e Santo Domingo".
As circunstâncias são diferentes, as necessidades
também e até a atitude de muitos bispos mudou, "embora também seja verdade que hoje
a América Latina não tem o peso que tinha nos anos 80 e 90; hoje a Ásia tem mais importância
porque são poderes econômicos que pensam onde vão investir, e o futuro está na China
e na Índia".
Sobre as relações dos religiosos com o Papa e os bispos, Pe. Chavez
indicou que 'não é irrelevante o fato de que o Presidente da União dos Superiores
Maiores (cargo ocupado atualmente por ele), nem seu Conselho Executivo, não tenham
sido recebidos pelo papa nos últimos quinze anos".
"Antes – acrescentou – havia
um encontro relativamente periódico do Santo Padre com o Conselho Executivo" destas
conferências de religiosos, embora, advertiu, após meu encontro do ano passado com
Bento XVI "lhe fiz ver isto e lhe pedi um encontro que vai se realizar no próximo
mês de novembro".
Os superiores e as superioras gerais perguntaremos ao Papa
nesta oportunidade "quais são as expectativas da Igreja sobre a vida religiosa, e
falaremos também como se sentem os religiosos, para que ele possa saber, porque se
algum dia os religiosos desaparecessem da Igreja, desapareceria tudo o que é presença
da Igreja no mundo da educação, da saúde e da marginalização", e "seria bom recordar
também que a maioria dos santos pertencem às famílias religiosas".
Pe. Chavez
reconheceu que considera Bento XVI muito mais aberto que seu antecessor, já que João
Paulo II "deu mais importância aos novos movimentos e carismas como se fossem o elemento
que substituiria os religiosos".
Os religiosos, acrescentou o superior dos
Salesianos, viveram uma espécie de marginalização, porque não tinham nenhuma audiência
com ele, enquanto com os fundadores destes movimentos, como Chiara Lubich, dos Focolares,
ou Kilo Argüello e Carmen do Neo-catecumenato, os encontros eram freqüentes".
Pe.
Chavez admitiu que está havendo casos em que alguns bispos locais não recebem os superiores
de uma congregação, o que não "é somente uma questão de sensibilidade, mas também
de justiça", e acrescentou que os religiosos estão esperando do encontro de novembro
com o Papa "um esclarecimento teológico do papel dos religiosos na nova eclesiologia
de comunhão". (MZ)