2007-03-25 12:25:53

PASCUAL CHAVEZ, REITOR-MOR DOS SALESIANOS AFIRMA: "A EUROPA ESTÁ GOVERNADO PELOS MAÇONS"


Madri, 25 mar (RV) - O Reitor-mor dos Salesianos, Pe. Pascual Chavez, denuncia que "os novos pais da Europa são maçons" e puseram em andamento um "plano para descristianizar" o Velho Continente, que pretende relegar a religião e construir uma Europa laica e laicista. O mais significativo de todos eles é o "famoso maçon Valery Giscard d'Estaing".

Segundo o chefe dos 16.500 salesianos, a estratégia dos "novos pais não-crentes" da Europa, ao contrário dos fundadores (todos crentes), consiste em "marginalizar a religião e deixá-la sem espaço social e político, porque no passado foi a causa que provocou guerras e enfrentamentos".

O segundo passo desta estratégia _ continua o superior geral dos salesianos _ consiste em marginalizar a Igreja, porque "colocou travas na roda do desenvolvimento científico e técnico". E o terceiro passo se fundamenta na opção pela multiculturalidade. "que é a opção mais difícil". Pois bem _ esclarece o superior salesiano _. " por detrás desta estratégia está a maçonaria".

O Reitor-Mor dos Salesianos, o mexicano Pe. Pascual Chavez, disse também que a Igreja católica precisa entender que ela é hoje uma minoria criativa, numa sociedade que vive uma situação cultural na qual o elemento religioso está em crise, e deve, por isso, agir de acordo com essa realidade.

Pe. Pascual Chavez, que esteve na Espanha visitando comunidades salesianas, analisou a realidade vivida pela Igreja nos diferentes continentes (os salesianos são a segunda congregação religiosa masculina em importância numérica e a mais espalhada territorialmente), e asseverou que na Europa estão os maiores desafios e dificuldades.

Num encontro com a Associação de Jornalistas de Informação Religiosa (APIR), o Reitor-mor afirmou que no caso do Ocidente a Igreja tem cada vez mais dificuldade de entender os jovens. É considerada como "uma Igreja daltônica que vê como o semáforo vermelho em todos os grandes debates sobre a família, a vida, ou seja, sobre os grandes problemas".

No entanto, Pe. Chavez esclareceu que "a sociedade européia ocidental é igualmente daltônica, porque vê com a cor verde, permitindo tudo sobre a família e sobre a vida, parece que não há nenhum valor realmente vinculado à natureza, tudo é cultural".

"Então _ acrescentou _ os jovens vêm a Igreja muito fechada, muito preocupada com suas verdades e, com relação à realidade na qual se vive, com respostas pré-fabricadas, com uma estrutura que lhe deixa excessivamente burocrática e não somente dogmatizante", ao mesmo tempo com uma liturgia "pouco inculturada para eles".

O problema da Europa hoje é um problema social e cultural, do qual a parte religiosa é somente um elemento. No fundo não é a Igreja que está em crise, mas é o elemento religioso que está em crise, e é considerado como se fosse um ranço do passado, quando o homem não era científico e técnico e precisava atribuir aos deuses; isto, portanto, é expressão de um atraso social".

Sobre a V Conferência do Episcopado Latino-americano e Caribenho em Aparecida, Brasil, que contará em sua abertura com a presença do papa Bento XVI, o Pe. Pascual Chavez declarou que viu "menos entusiasmo pelo tema de uma conferência do episcopado em relação com as expectativas que suscitaram as anteriores, em Medellín, Puebla e Santo Domingo".

As circunstâncias são diferentes, as necessidades também e até a atitude de muitos bispos mudou, "embora também seja verdade que hoje a América Latina não tem o peso que tinha nos anos 80 e 90; hoje a Ásia tem mais importância porque são poderes econômicos que pensam onde vão investir, e o futuro está na China e na Índia".

Sobre as relações dos religiosos com o Papa e os bispos, Pe. Chavez indicou que 'não é irrelevante o fato de que o Presidente da União dos Superiores Maiores (cargo ocupado atualmente por ele), nem seu Conselho Executivo, não tenham sido recebidos pelo papa nos últimos quinze anos".

"Antes – acrescentou – havia um encontro relativamente periódico do Santo Padre com o Conselho Executivo" destas conferências de religiosos, embora, advertiu, após meu encontro do ano passado com Bento XVI "lhe fiz ver isto e lhe pedi um encontro que vai se realizar no próximo mês de novembro".

Os superiores e as superioras gerais perguntaremos ao Papa nesta oportunidade "quais são as expectativas da Igreja sobre a vida religiosa, e falaremos também como se sentem os religiosos, para que ele possa saber, porque se algum dia os religiosos desaparecessem da Igreja, desapareceria tudo o que é presença da Igreja no mundo da educação, da saúde e da marginalização", e "seria bom recordar também que a maioria dos santos pertencem às famílias religiosas".

Pe. Chavez reconheceu que considera Bento XVI muito mais aberto que seu antecessor, já que João Paulo II "deu mais importância aos novos movimentos e carismas como se fossem o elemento que substituiria os religiosos".

Os religiosos, acrescentou o superior dos Salesianos, viveram uma espécie de marginalização, porque não tinham nenhuma audiência com ele, enquanto com os fundadores destes movimentos, como Chiara Lubich, dos Focolares, ou Kilo Argüello e Carmen do Neo-catecumenato, os encontros eram freqüentes".

Pe. Chavez admitiu que está havendo casos em que alguns bispos locais não recebem os superiores de uma congregação, o que não "é somente uma questão de sensibilidade, mas também de justiça", e acrescentou que os religiosos estão esperando do encontro de novembro com o Papa "um esclarecimento teológico do papel dos religiosos na nova eclesiologia de comunhão". (MZ)







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