2007-03-23 17:09:41

UE, União de valores no congresso da COMECE. A intervenção do Secretário Vaticano para as relações com os estados, com acusações ás instituições europeias pelas decisões tomadas em relação é vida humana,e á familia.


(24/3/2007) A União Europeia é desafiada, 50 anos depois dos Tratados de Roma, a ultrapassar a sua vocação económica original para abrir-se a dimensões "mais amplas", inclusivamente políticas e institucionais. Esta foi uma das ideias que marcou o início do Congresso internacional promovido pela Comissão dos Episcopados da UE(COMECE) para assinalar os 50 anos dos Tratados fundadores da Comunidade Europeia, num momento de reflexão sobre o futuro da Europa que se estende até 25 de Março.
O presidente da Conferência Episcopal Italiana, D. Angelo Bagnasco, anfitrião do evento, referiu na abertura dos trabalhos que "o processo de unificação iniciado com coragem pelos pais fundadores, que conheceram momentos de incerteza e de dificuldade em conjunto com outros de grande entusiasmo, exige hoje uma nova assumpção de responsabilidades e um renovado compromisso comum".
Reunidos em volta do tema "Valores e perspectivas para a Europa de amanhã", cerca de 400 participantes procuram "identificar valores-chave" para os cristãos, confirmando aqueles que definiram o processo de unificação europeia desde o seu início. Neste sábado é proclamada a "Mensagem de Roma", que vai ser enviada aos Chefes de Estado e de Governo da UE.
23 delegações episcopais estão presentes, ao lado dos maiores movimentos e comunidades católicas da Europa.
A Santa Sé é representada por D. Dominique Mamberti, Secretário para as Relações com os Estados, que na sua intervenção admoestou os chefes de estado e de governo europeus a não abandonar o cristianismo como se abandona um companheiro de viagem que se torna estrangeiro. Se a União Europeia atraiçoa o cristianismo – advertiu – atraiçoa a si própria.
O Arcebispo Dominique Mamberti atacou duramente as decisões tomadas pelo Parlamento Europeu em matéria de pesquisa sobre os embriões e criticou as legislações nacionais sobre a família. E fez votos de que o futuro tratado constitucional europeu faça referencia ao património cristão do continente e que tutela a dignidade do homem e do matrimónio heterossexual tradicional.
Na sua intervenção o Secretário Vaticano para as relações com os estados iniciara recordando que nas duas ultimas legislaturas do Parlamento europeu as posições da Igreja e do Vaticano foram atacadas quase 30 vezes e injustamente acusadas de ingerência indevida em campo europeu.
D. Dominique Mamberti lançou depois uma série de acusações ás instituições comunitárias. A partir das decisões tomadas sobre a destruição dos embriões humanos. “Uma democracia - disse – que em vez de servir a vida humana, a coloca á votação e apoia quem a suprime, parece vitima da prevaricação e da intolerância. Os cristãos empenhados no espaço público europeu – salientou - para serem plenamente coerentes com a sua fé, no actual contexto cultural e politico, devem considerar prioritário e qualificante para o seu empenho público, a tutela da vida humana, desde a concepção até á morte natural, e da estrutura da família, como união entre um homem e uma mulher, fundada no matrimónio.
Certamente – acrescentou – não se posse assimilar a Europa á cristandade e tão pouco reduzir a cristandade á Europa, mas não há dúvida que o cristianismo não é apenas um dos ingredientes do cocktail europeu.
Toca in primis á Santa Sé – sublinhou – e a todos os cristãos, recordar a este continente que não pode abandonar o cristianismo como se abandona um companheiro de viagem que se torna estrangeiro; não pode atraiçoar os valores cristãos, como um homem não pode atraiçoar as suas razões de vida e de esperança, sem cair numa crise dramática








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