Harare, 23 mar (RV) - "A situação política no Zimbábue está chegando a um ponto
de ebulição". O desabafo é de um sacerdote católico, mantido no anonimato por motivos
de segurança. Recorrendo à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, ele afirma que para
as pessoas que estão no país, "a brutalidade causada por um governo que reclama servir
o interesse do povo do Zimbábue deixa-nos muito envergonhados perante a família global".
Para
o sacerdote, "ninguém poderia esperar, no nosso tempo, semelhante barbárie num país
que se diz democrático, mas esta é a triste realidade". O texto afirma ainda que a
população está vivendo uma série de problemas, "desde a inflação ao desemprego, passando
pela falta de alimentos e a violência política".
O padre denúncia que no Zimbábue
o regime político "está na bancarrota, não tem idéias, dinheiro nem credibilidade
política, e a única arma que sobra é a violência". O Governo, embora não impeça a
prática de nenhuma fé, promove há vários anos campanhas de intimidação contra qualquer
oposição, não poupando nem as autoridades religiosas. (AL)