2007-03-23 16:00:42

DOM SGRECCIA: A LIBERDADE DE PALAVRA E DE CONSCIÊNCIA VALE PARA TODOS


Cidade do Vaticano, 22 mar (RV) - Retidão na informação, liberdade de palavra e consciência para todos, também para os católicos: eis o pedido da Pontifícia Academia para a Vida que nesta quarta-feira, 21, definiu "nitidamente parciais e desviantes" as interpretações dadas por alguns meios de informação da Itália, dos conteúdos da Declaração final da XIII Assembléia Geral do organismo vaticano. A referência é em particular sobre o convite à objeção de consciência para os católicos comprometidos na defesa da vida.

O Presidente da Pontifícia Academia para a Vida, Dom Elio Sgreccia, concedeu uma entrevista à Rádio Vaticano para falar, sobretudo, da "objeção de consciência".

"Este é um direito e um dever de todo católico, é uma contribuição para o crescimento da sociedade. Ora, defender a vida humana é um direito-dever, é um benefício, um bem para a sociedade, e o leigo católico, se compartilha deste apelo, como é óbvio que seja para um católico de reta consciência, saberá, pois, assumir as próprias responsabilidades e saberá também quais são as modalidades em cada nação, para fazer valer a própria liberdade de consciência", disse Dom Sgreccia. "Não há nenhum instigação, nada forçado, não há nenhum ordenamento de caráter jurídico sobre isso", esclareceu. "Apresentamos as nossas razões, expressamos as motivações e os argumentos como se faz num encontro de estudo, a menos que seja proibido pensar e defender os próprios pensamentos".

Esclarecendo comentários muito duros à sua intervenção, considerada pela mídia como "atentado à soberania do Estado", o presidente do organismo vaticano afirmou: "A minha reflexão vai na direção contrária: trata-se de uma tomada de consciência a favor da liberdade de consciência. Também os católicos têm o direito de exprimir o que sentem, vivem e sofrem na sua consciência e a expressá-lo em benefício de todas as nações onde vivem, onde estas tomada de consciência está em contraste com a práxis ou com os costumes, ou com a cultura vigente".

Dom Sgreccia fala ainda das interpretações errôneas assumidas por alguns órgãos de informação italianos: "Penso que esta é uma informação maldosa, uma ótica um pouco falseada de ver aquilo que faz a Igreja (...) contra qualquer movimento político ou contra qualquer corrente política. Na realidade aqui foi dito bem claro que este convite era em favor da vida de todos, porque salvar a vida é um ato de paz no mundo e que a consciência dos fiéis deve ser a primeira a gritar e levantar a voz para defender o respeito pelos outros, para defender a vida dos inocentes. Creio que nisto devemos merecer um elogio por defendermos a objeção de consciência".

Por fim, o presidente da Pontifícia Academia para a Vida se referiu aos grupos culturais, econômicos, que colocam obstáculo à defesa da vida: "Sem dúvida há interesses econômicos ou visões culturais que exasperam simplesmente a liberdade de agir, a liberdade de comportamento, sem cair na conta que toda liberdade humana tem sua responsabilidade e tem o seu limite frente à vida dos outros. Há, portanto, correntes culturais com visões não plenamente humanas sobre o direito à vida." (MZ)







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