BENTO XVI: O AMOR DE JESUS NOS GUIE SEMPRE NA ASSISTÊNCIA AOS DOENTES

Cidade do Vaticano, 22 mar (RV) - Na assistência aos doentes, testemunhemos o amor de Deus: foi a reflexão de Bento XVI aos participantes da Assembléia Geral do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde, recebidos na manhã desta quinta-feira no Vaticano.

A delegação esteve conduzida pelo presidente do organismo vaticano, cardeal Javier Lozano Barragán. O papa recordou aos agentes de saúde que a dignidade da pessoa humana, por mais que se encontre deficitária, deve ser sempre tutelada.

A pastoral da saúde é "um âmbito particularmente evangélico, que evoca imediatamente a obra de Jesus, bom Samaritano", ressaltou o Santo Padre. O próprio Jesus "em sua pregação, realizava sinais em benefício dos enfermos". Este é um ensinamento mais do que nunca atual.

"A saúde do homem, do homem todo, foi o sinal que Cristo escolheu para manifestar a proximidade de Deus, o seu amor misericordioso que fortalece o espírito, a alma e o corpo. Esta, caros amigos, seja sempre a referência fundamental de toda atividade de vocês: o seguimento de Cristo que os Evangelho nos apresentam como 'médico' divino."

É justamente esta perspectiva bíblica que "valoriza o princípio ético natural da assistência ao enfermo e fundamenta a defesa de toda existência humana", prosseguiu Bento XVI. O papa ressaltou que "socorrer o ser humano é um dever que responde ao direito fundamental da pessoa" e prestando assistência às pessoas fazemos um benefício para toda a coletividade.

A ciência médica, sugeriu o pontífice, "progride na medida em que aceita continuar discutindo sobre o diagnóstico e o método de tratamento". A confiança nos agentes de saúde, por sua vez, é proporcional à "certeza de que tais defensores da vida jamais deixarão de dar uma assistência humana, por mais deficitária que a vida se encontre, e sempre saberão proporcionar novas tentativas de tratamento".

"O compromisso do tratamento deve ser estendido a todo ser humano, no intento de cobrir toda a sua existência. De fato, o conceito moderno de assistência sanitária é promoção humana: do tratamento do doente ao tratamento paliativo, buscando um maior desenvolvimento humano e favorecendo um adequado ambiente familiar e social."

"Essa perspectiva ética, baseada na dignidade da pessoa humana é confirmada e fortalecida pelo mandamento do amor, centro da mensagem cristã", disse o papa. Os agentes sanitários cristãos "bem sabem que existe uma estreita e indissolúvel ligação entre a qualidade de seu serviço profissional e a virtude da caridade à qual Cristo nos chama". Cumprindo bem o seu trabalho os agentes cristãos "dão às pessoas o testemunho do amor de Deus".

A caridade como tarefa da Igreja, objeto de reflexão na "Deus Caritas Est", ressaltou o papa, "encontra uma aplicação particularmente significativa na assistência aos doentes", como atesta a história da Igreja, "com inúmeros testemunhos de homens e mulheres que, de forma individual ou em grupo, atuaram nesse campo", concluiu Bento XVI. (RL)