BENTO XVI EXORTA SACERDOTES A FAZEREM REDESCOBRIR, NO SACRAMENTO DA PENITÊNCIA, O
AMOR MISERICORDIOSO DO SENHOR
Cidade do Vaticano, 16 mar (RV) - A humanidade de hoje gostaria de ser auto-suficiente,
e muitos consideram quase não precisar de Deus para viver bem. Foi o que ressaltou,
hoje, Bento XVI, em seu discurso aos participantes do Curso do Foro Interno, organizado
pela Penitenciaria Apostólica. O Santo Padre recordou aos 600 sacerdotes e ordenandos
recebidos na Sala Clementina, no Vaticano, a importância do sacramento da Penitência,
para redescobrir o amor de Deus.
"Com os gestos e as palavras sacramentais,
os sacerdotes tornam visível sobretudo o amor de Deus, que, em Cristo, se revelou
em plenitude. Ao administrar o sacramento do perdão e da reconciliação, o presbítero
_ recorda o Catecismo da Igreja Católica _ age como "sinal e instrumento do amor misericordioso
de Deus para com o pecador"."
É um mistério de amor, o que acontece no sacramento
da penitência _ disse Bento XVI _ aquele amor do qual todos necessitam, que se manifesta
também no mistério da Cruz, mas que permite encontrar a autêntica paz com Deus, conosco
mesmo e com o próximo.
"Somente dessa fonte espiritual é possível adquirir
aquela energia interior indispensável, para derrotar o mal e o pecado, na luta sem
cessar que caracteriza nossa peregrinação terrena rumo à pátria celeste."
O
mundo contemporâneo _ prosseguiu o papa _ continua apresentando tantas contradições,
muitos parecem tristemente condenados a afrontar situações dramáticas de vazio e,
além disso, há violências e solidões que pesam no ânimo do homem.
Somente Aquele
que, morrendo, derrotou para sempre a potência do mal com a onipotência do amor divino,
pode libertar o coração dos homens desse jugo de morte. "O sacerdote, no sacramento
da Confissão, é instrumento desse amor misericordioso de Deus, que invoca na fórmula
da absolvição dos pecados" _ afirmou o pontífice.
O compromisso do sacerdote
e do confessor é, principalmente, o de levar cada um, a fazer experiência do amor
de Cristo _ explicou o papa; o ministro do sacramento da Reconciliação deve fazer
transparecer, nas palavras e no modo de acolher o penitente, o amor misericordioso
de Deus, acolher o pecador arrependido, ajudá-lo a libertar-se do pecado, encorajá-lo
a emendar-se, a jamais pactuar com o mal, mas retomando sempre o caminho rumo à perfeição
evangélica.
"Para cumprir essa importante missão, interiormente unido sempre
ao Senhor, o sacerdote deve se manter fiel ao magistério da Igreja naquilo que concerne
à doutrina moral, consciente de que a lei do bem e do mal não é determinada pelas
situações, mas por Deus." (RL)