IGREJA CATÓLICA ATUA COMO INTERMEDIÁRIA PARA PACIFICAR ÂNIMOS EM SRI LANKA

Colombo, 16 mar (RV) - A Igreja e a Caritas em Sri Lanka reativaram o papel de intermediação que, há décadas, desempenham entre as partes, no longo conflito que aflige o país.

O diretor de Caritas local, Pe. Damian Fernando, afirma que "graças à nossa reconhecida postura de neutralidade, voltamos a participar dos contatos que se realizam entre as partes". "Estamos trabalhando de forma discreta, junto ao governo, aos Tigres de Libertação do Tâmil Eelam (LTTE), movimento fundado em 1972, e à Frente Budista de Libertação Popular, para tornar possível uma solução pacífica. Tememos que a atual escalada de violência que se vive no país possa degenerar em conflito aberto."

Nas últimas semanas, mais de 200 mil pessoas se viram forçadas a abandonar seus lares, no norte e noroeste da ilha, o que faz temer uma iminente crise humanitária. Em conseqüência do recrudescimento da violência, a Caritas-Sri Lanka se viu obrigada a suspender vários de seus projetos de reconstrução nas áreas costeiras, afetadas pelo maremoto causado pelo tsunami de dezembro de 2004.

Só nas duas últimas semanas, cerca de 50 mil desabrigados chegaram à cidade de Batticaloa e outras 40.000 pessoas entraram nas áreas sob controle governamental, fugindo dos combates.

A rede Caritas organizou uma operação de ajuda para distribuir alimentos, roupa de inverno e produtos de primeira necessidade aos desabrigados nas áreas de Batticaloa, Valuthayam-Mannar e na península de Jaffna.

Com o agravamento da situação, Caritas Internacional lançou ontem, aqui em Roma um chamado às partes em conflito para voltar à mesa de negociações, e à comunidade internacional, para que se comprometa novamente na busca da paz para Sri Lanka.

Cerca de 7% dos mais de 20 milhões de habitantes do Sri Lanka são católicos. A maioria da população é budista (69,1%), e existem importantes comunidades muçulmanas (7,6%) e hindus (7,1%). (CM)