2007-03-16 19:30:05

REVISTA "VEJA" MANCHA O NOME DE DOM IVO E DESAPONTA IGREJA CATÓLICA


São Paulo, 15 mar (RV) - A revista "Veja", do último dia 14 (edição 1.999), na secção "Datas", que registra a morte de personagens importantes da história do país, não deixou de mencionar o falecimento de Dom Ivo Lorscheiter, mas o fez de forma polêmica. O trecho apresenta Dom Ivo como alguém que pregou a "politização do Evangelho, para o bem e para o mal". Os conceitos usados na página 89 da edição da "Veja", foram repudiados, severamente, pela Igreja Católica e por políticos, principalmente aqueles de Santa Maria, Rio Grande do Sul, que conviveram com Dom Ivo, bispo emérito da Diocese.

O prefeito Valdeci Oliveira divulgou uma nota à imprensa, classificando como "desrespeitosos, falaciosos e covardes os termos usados pela revista, ao tentar descrever o trabalho do religioso". "...a revista "Veja" (...) criminalizou covardemente a trajetória de um religioso que dedicou sua vida ao combate às desigualdades e à promoção da paz, dos direitos humanos e da liberdade de imprensa inclusive. Afirmar que Dom Ivo apoiou bandos armados é uma provocação incomensurável a todos aqueles que militam pelas causas sociais e que lutam por um Brasil mais igualitário e democrático. Somos defensores da liberdade de imprensa, mas não podemos aceitar, de forma alguma, uma deturpação desse nível, travestida de registro jornalístico" _ criticou Valdeci.

Pe. Sílvio Weber, assessor de comunicação da Diocese de Santa Maria, que também assessorou Dom Ivo durante mais de 10 anos, afirmou que a Diocese e seu atual bispo, Dom Hélio Adelar Rubert, estão impressionados com o tom "maldoso" da linguagem usada pela "Veja". "Bandos armados? Quem escreveu aquele texto não conhece, nem acompanhou, tudo o que foi dito e mostrado da vida de Ivo Lorscheiter. Pior do que isso, não se deu conta de que ele não está mais aqui para se defender. Mas a própria sociedade repudia o que disse esta revista" _ afirmou Pe. Sílvio.

A CNBB também não se calou, e publicou uma nota de repúdio, denunciando: "Sem meias palavras, a revista acusa o bispo de um crime. A CNBB sente profunda dor e manifesta seu firme repúdio às acusações infundadas contra Dom Ivo, exigindo da revista, a justa reparação ao mal feito."

A coordenadora do projeto Esperança-Cooesperança, Ir. Lourdes Dill, diz que recebeu o contrário do que esperava da publicação. "Achei que viessem páginas sobre a trajetória de um lutador, mas veio uma nota com mentiras, sobre alguém que não é Dom Ivo" _ declarou.

Além do prefeito de Santa Maria, outros nomes da política nacional se indignaram com tais ditos. O deputado federal Paulo Pimenta, aproveitou seu pronunciamento no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, e fez seu comentário. "É absurdo uma revista de circulação nacional usar o obituário para falar sobre a vida de alguém. Eles perderam qualquer tipo de cuidado ou cautela" _ disse o parlamentar, afirmando que não foi o único a se decepcionar.

Por sua vez, o presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia, já aprovou uma sessão solene especial para homenagear Dom Ivo. (MZ)







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