(13/3/2007) O Conselho de Direitos Humanos da ONU reuniu pela quarta vez desde Junho
de 2006, altura em que foi criado. Naquela que foi a primeira sessão deste ano apresentou
um relatório sobre a situação em Darfur, acusando o governo de Cartum de participar
“em crimes de guerra”. Ao longo de um documento de 35 páginas, a missão conclui
que "a situação dos direitos humanos em Darfur é muito grave e as necessidades profundas".
"A situação caracteriza-se por violações sistemáticas e muito graves dos direitos
humanos e de enormes incumprimentos da legislação internacional", indica o documento.Quatro
anos de conflito em Darfur causaram 200 mil mortos e mais de dois milhões de deslocados.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu esta segunda feira aos países que cooperem
com o Conselho de Direitos Humanos (CDH), após o problema suscitado pelo Sudão ao
impedir a entrada de uma missão que deveria investigar a situação em Darfur. O CDH
inaugurou nesta segunda feira a sua primeira sessão do ano, com a presença de ministros
de mais de meia centena de países, que vão discursar até ao fim do dia de amanhã,
dando depois lugar aos debates de fundo. A crise de Darfur e a recusa do governo do
Sudão em colaborar com uma missão enviada pela ONU a essa região sudanesa para avaliar
a situação dos direitos humanos, rejeitando um visto aos seus membros, será um dos
assuntos em discussão nestas sessões. A inauguração do CDH coincidiu com a divulgação
do relatório elaborado pela missão – com informação recolhida a partir de países vizinhos
– sobre a situação em Darfur, em que o governo de Cartum é acusado de ter “participado
em crimes de guerra e contra a humanidade” na zona.Por seu turno, a UE anunciou que
dará uma atenção particular ao caso de Darfur e trabalhará para que se apliquem as
recomendações da missão da ONU, que pede à comunidade internacional que proteja os
civis dos crimes de guerra e contra a humanidade “cometidos e orquestrados” pelo governo
sudanês.