2007-03-06 11:26:00

Santa Sé denuncia violência contra as mulheres e apela á defesa da dignidade feminina


(6/3/2007) O observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, arcebispo Celestino Migliore lançou um apelo à comunidade internacional, para que reforce o seu empenho no combate à "praga" da violência contra as mulheres.
"Num tempo em que a sensibilidade para os assuntos da mulher parece mais forte do que nunca, o mundo vê-se obrigado a confrontar-se com novas formas de violência e escravidão dirigidas em especial às mulheres", alertou.
O representante da Santa Sé falava durante a 51ª sessão da Comissão sobre a condição da mulher, que decorre até 9 de Março, em Nova Iorque. A representação pontifícia organizou, por estes dias, um colóquio subordinado ao tema "A dignidade humana da mulher na sociedade contemporânea: enfrentar a violência contra a mulher".
Em declarações à Rádio Vaticano, o Arcebispo Migliore admite que, hoje em dia, o princípio de igualdade entre homens e mulheres "é quase universalmente reconhecido", mas não esquece "as novas ameaças que se apresentam à vida e à dignidade das mulheres".
"É particularmente inaceitável que, numa época em que cresceu a consideração por todas as questões relativas à mulher, ganhem espaço novas formas de violência e escravidão", sublinhou.
Perante esta situação, o Núncio na ONU defende uma aposta séria na "educação" das novas gerações femininas, bem como mecanismos de implementação e controlo dos Direitos Humanos.

As situações mais chocantes, neste âmbito, chegam das crianças jovens. Recentemente, o Centro Rainha Sofia revelou que, todos os anos, dois milhões de crianças, a maioria raparigas dos cinco aos 15 anos, são exploradas com fins sexuais, sendo quase todas vendidas ou entregues para adopção pelos próprios pais. Cerca de 200 mil crianças morrem anualmente na sequência de conflitos bélicos, enquanto mais de 400 milhões são alvo de exploração laboral e dois milhões sofrem mutilações.
O Arcebispo Celestino Migliore considera que estas e outras estatísticas mostram dados "alarmantes", pedindo que os responsáveis políticos sejam capazes de "ir à raiz dos fenómenos e perceber o porquê desta violência".
"Persistem ainda preconceitos culturais contra as mulheres, considerada como inferior ao homem, e uma visão das relações humanas marcada predominantemente pela produtividade. Há um clima que favorece o recurso à força para solucionar pequenos e grandes problemas da existência", lamenta.
Segundo este responsável, os mecanismos próprios dos direitos humanos "apenas serão eficazes se forem inseridos numa obra de sensibilização e de educação para os valores da feminilidade".
O tema do Dia Internacional da Mulher de 2007 será, por decisão da ONU, "pôr fim à impunidade da violência contra as mulheres e as crianças".








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