Matrimónios mistos e familia na Europa, no 7º Encontro dos Presidentes das Conferências Episcopais do Sudeste Europeu

(6/3/2007) Os matrimónios mistos (entre um católico e um baptizado de outra religião cristã) e os matrimónios «com divergência de culto» (entre um baptizado e um não baptizado) são uma realidade “particularmente viva” na região do Sudeste da Europa, onde juntos vivem católicos, ortodoxos, muçulmanos, “ es esta é uma situação que se está a difundir por todas as nações europeias, em consequência do fenómeno migratório”.
Este é um ponto que tem concentrado as atenções no 7º Encontro dos Presidentes das Conferências Episcopais do Sudeste Europeu, por iniciativa do CCEE (Conselho das Conferências Episcopais da Europa), que juntou em Oradea, na Roménia, vários especialistas.
“Se o matrimónio entre católicos de ritos diversos, não representa um problema particular, entre católicos e ortodoxos a questão é uma base comum, porque a visão da teologia sobre o matrimónio não é partilhada, e ganha consequências nos valores na estabilidade do vinculo do matrimónio e do divórcio”, afirmam os bispos europeus, que adiantam que “nas Igrejas Reformistas este tema é mais avançado”.
Crescem os matrimónios com «divergência de culto», em primeiro plano entre os muçulmanos, com “risco e dificuldade” que levam “à indiferença religiosa, à separação, à dependência familiar, numa imposição que cai sobre a mulher, ao isolamento do próprio grupo étnico, na perda de identidade, na dificuldade da educação dos filhos”.
Em nota emitida pelos Bispos, pode ler-se que a tradição da Igreja Católica “privilegia o matrimónio entre dois católicos”, não só com vista à conservação e transmissão da fé, mas sobretudo no interesse da comunhão conjugal. Todavia, “por via justa e razoável, permite a celebração de matrimónios mistos e de divergência de culto, se existir a disponibilidade declarada de evitar o perigo de abandonar a fé e de fazer tudo quanto é necessário para que os filhos sejam baptizados e educados na Igreja Católica”.
No decorrer do encontro, o Núncio apostólico André Dupuy para a União Europeia, apresentou um relatório sobre a evolução da família Europeia em 2006, a publicar brevemente. Nele constam dados preocupantes”, nomeadamente a crise demográfica na Europa, o aumento dos abortos (um em cada 30 segundos), o decréscimo do número de matrimónios e o aumento do número de divórcios.