Humanidade "indiferente" perante a morte no Iraque
(3/3/2007) O Pe. Federico Lombardi S.J., director do Centro Televisivo Vaticano,
pediu que as pessoas não se deixem dominar pela "infierença" perante o rasto de sangue
no Iraque, que a humanidade contempla dia após dia nos noticiários. "Nos últimos
meses, a violência no Iraque continuou sem tréguas: escutamos diariamente notícias
que falam de atentados que causam dezenas, inclusive até mais de cem mortos num só
dia. São factos horríveis, mas estamos a começar a acostumar-nos e isso é gravíssimo.
Não podemos acostumar-nos", refere o também director da Sala de Imprensa da Santa
Sé. Este apelo é lançado no editorial do último número de "Octava Dies", semanário
produzido pelo Centro Televisivo Vaticano, transmitido por numerosos canais de televisão
do mundo, católicos em particular. "Cada guerra causa um número excessivo e absolutamente
injustificado de vítimas, mas o que nos perturba ainda mais, neste novo tipo de guerra,
é que os atentados são provocados com frequência, intencionalmente, nos lugares em
que há mais gente, onde há pessoas inocentes e indefesas", afirma. Por isso, refere
o Pe. Lombardi, "o ódio manifesta a sua absurdidade homicida, a sua sede de morte,
e alimenta-se de sangue". "Quem estava contra a guerra no Iraque tem de resistir
à subtil e horrenda tentação de alegrar-se" perante a prova de que a mesma não resolveu
nada, avisa. "Temos de alimentar, antes de tudo, um sentido profundo de compaixão
e de vontade de reconciliação a toda prova, pois a vontade humana vacila ante esta
avalanche quotidiana de ódio", conclui.