DESCONCERTO FRENTE À DECISÃO DO GOVERNO BRITÂNICO DE NÃO SE OPOR À CRIAÇÃO DE UM LABORATÓRIO
DE EMBRIÕES HUMANOS E DE ANIMAIS
Londres, 28 fev (RV) - O jornal "Times" revelou a desconcertante decisão do
Executivo britânico, que num primeiro momento queria proibir as experiências híbridas,
mas acabou cedendo à pressão dos cientistas, deixando o caminho aberto para a criação
de um laboratório de embriões humanos e de animais, para experiências com as células-tronco.
Em
janeiro, as autoridades britânicas que cuidam da fertilização e da embriologia (HFEA)
haviam adiado para o outono, sua decisão sobre a criação dos chamados "embriões-quimera",
afirmando que sobre esse tema seria necessário um amplo debate público, antes de passar
à fase específica da autorização.
Pesquisas já iniciadas falam de um embrião
feito de partes de espécies diversas, uma humana, outra bovina. Estariam sendo utilizadas
células humanas e óvulos de animais, segundo os cientistas do King's College, de Londres,
e do North East England Stem Cell Institute (NESCI).
O embrião que surgir dessa
experiência será 99,9% composto de material genético humano e 0,1% de material animal.
A decisão de usar óvulos animais _ argumentaram os cientistas _ nasceu da escassez
de óvulos humanos excedentes das fertilizações in vitro. Desses embriões, seriam
tiradas as células-tronco, capazes de curar doenças graves, como o mal de Alzheimer
e o mal de Parkinson.
Dias atrás, a associação "Ciência e Vida" condenara duramente
o projeto de lei em estudo na Grã-Bretanha, sobre a manipulação genética dos embriões
humanos. (MZ)