(28/2/2007) Duzentas mil crianças assassinadas em cenários de guerra, seis mil vítimas
de minas anti-pessoais, 600 mil irremediavelmente feridas, 400 milhões entregues à
exploração laboral, dois milhões ao tráfico sexual. Estes números, que constam de
um estudo da responsabilidade do Centro Rainha Sofia, mancham de negro a infância
em todo o mundo serão analisados no final desta semana, em Valência, no Fórum Internacional
"Infância e Violência". Anualmente, dois milhões de crianças, a maioria raparigas
entre os cinco e os 15 anos, são exploradas com fins sexuais, sendo quase todas vendidas
ou entregues para adopção pelos próprios pais, indica o estudo.Os conflitos armados
continuam, entretanto, a ser o principal palco de violência infantil, com mais de
200 mil crianças assassinadas e mais de 600 mil feridas, das quais seis mil mortas
por minas anti-pessoais. Por cada militar que morre, há, em média, nove vítimas civis,
a maioria mulheres e crianças. Os conflitos armados deixam ainda, anualmente, uma
média de 3,5 milhões de crianças refugiadas e deslocadas. Quanto às crianças-soldado,
estima-se que atinjam as 300 mil nos conflitos em curso em vários continentes. A nível
laboral, as estimativas apontam para que sejam exploradas mais de 400 milhões de crianças,
em muitos casos com menos de dez anos, metade das quais a realizar trabalhos perigosos.
Os maus-tratos de menores no seio familiar aumentaram 150 por cento nos últimos anos,
com os jovens entre os 16 e os 17 anos a serem os mais afectados.