UNIVERSITÁRIOS DO QUÊNIA ESTUDAM SUPERSTIÇÃO: BRUXARIA ESTÁ DESTRUINDO A IGREJA NA
ÁFRICA
Nairóbi, 14 fev (RV) - O medo da bruxaria faz com que muitos cristãos, na África,
sejam desprezados e tidos como supersticiosos. A bruxaria é real e está destruindo
a Igreja, advertem especialistas católicos.
Os estudantes da Universidade Católica
da África Oriental (CUEA, das iniciais em inglês) afirmam que a Igreja continua ignorando
"as artes negras", informa a agência CISA. Num congresso de três dias, realizado em
Nairóbi, sobre o tema "Desafios da bruxaria", garantiram que os cristãos consultam
adivinhos e magos, à procura de soluções que a Igreja e a ciência parecem não ter.
A
situação leva os cristãos a serem considerados como supersticiosos e deixados sem
ajuda. Abandonados pelos agentes pastorais, eles recorrem aos feiticeiros ou aderem
às Igrejas evangélicas de diversas denominações, que oferecem "curas" e "exorcismos
libertadores".
"Na perspectiva africana, o Cristianismo parece não ter respostas
para essas questões" _ afirmou o professor de Teologia Pastoral, da CUEA, Michael
Katola. A Igreja demonizou os peritos tradicionais, os adivinhos e os agentes da Medicina
tradicional, mas não ofereceu alternativas equivalentes. "Temos muitos cristãos que
consultam os homens da sorte, quando dão início a um projeto ou quando enfrentam problemas"
_ revelou o professor.
"Os africanos não são mais supersticiosos que os outros
povos. A Igreja é que ainda não se pôs de acordo sobre a mentalidade africana, no
que concerne à existência de poderes do mal."
Segundo Ir. Bibiana Munini, os
cristãos visitam adivinhos e magos, para encontrar soluções práticas para seus problemas,
porque a Igreja não deu atenção às curas integrais.
Para o Prof. Katola, a
responsabilidade de combater a bruxaria compete ao clero, que deveria começar por
aceitar a existência desse fenômeno. "Se não aceitarmos a existência do satanismo,
não poderemos combatê-lo" _ argumentou. (MZ)