A importância do celibato sacerdotal reafirmada num artigo do Prefeito da Congregação
para o Clero,publicado no Osservatore Romano
(14/2/2007) O Cardeal Cláudio Hummes, Prefeito da Congregação para o Clero, num
texto publicado na edição de 14 de Fevereiro do Osservatore Romano, defende a importância
do celibato sacerdotal na Igreja, que classifica como "dom precioso de Cristo". Lembrando
o 40.º aniversário da encíclica "Sacerdotalis caelibatus", de Paulo VI, o chefe do
Dicastério da Cúria Romana que acompanha os sacerdotes e diáconos da Igreja Católica
assinala que o celibato "precisa de ser meditado e revigorado, especialmente no mundo
moderno, profundamente secularizado". O Cardeal brasileiro assinala, neste artigo
com chamada de primeira página, que "os estudiosos indicam que as origens do celibato
remontam aos tempos apostólicos". A encíclica de Paulo VI referia que "o celibato
sacerdotal, que a Igreja guarda desde há séculos como brilhante pedra preciosa, conserva
todo o seu valor mesmo nos nossos tempos, caracterizados por transformação profunda
na mentalidade e nas estruturas". Bento XVI e os chefes dos Dicastérios da Cúria
Romana reafirmaram no dia 16 de Novembro de 2006 a importância do celibato sacerdotal
na Igreja, após um encontro rodeado por grande expectativa, convocado para analisar
os pedidos de readmissão de padres casados e os pedidos de dispensa do celibato. “Foi
reafirmado o valor da escolha do celibato sacerdotal, segundo a tradição católica,
e foi defendida a exigência de uma sólida formação humana e cristã, seja para os seminaristas,
seja para os sacerdotes já ordenados”, referia uma nota oficial da Santa Sé A
questão do celibato é do foro disciplinar. O celibato consagrado, em geral ligado
à virgindade, aparece na Igreja desde os seus primórdios, como ideal de imitação de
Jesus e de sua Mãe e condição de maior liberdade para o culto e serviço de Deus. Foi-se
generalizando na Igreja depois das perseguições, como sucedâneo do martírio. O
seu prestígio foi aumentando a ponto de, nalgumas Igrejas do Ocidente, se tornar obrigatório
para os ministros sagrados (Concílio de Elvira, c. 300). Nas Igrejas do Oriente tornou-se
obrigatório para os bispos (Concílio de Constantinopla, 692). Nas Igrejas Orientais
podem ser ordenados homens casados, mas não é consentido casar depois da ordenação
e o celibato é obrigatório para o episcopado. Na Igreja Católica Latina optou-se pela
disciplina do celibato, estabelecido em 1139 (II Concílio de Latrão). O diaconado
permanente, por outro lado, pode ser conferido a homens já casados.