2007-02-13 18:56:14

PAPA RESSALTA QUE SE NÃO SE RESPEITA A LEI NATURAL, A VIDA, A FAMÍLIA E A SOCIEDADE SE TORNAM VÍTIMAS DO RELATIVISMO ÉTICO


Cidade do Vaticano, 12 fev (RV) - No mundo contemporâneo, se assiste a uma deriva relativista, que fere dramaticamente a sociedade: quem paga pela falta de respeito à "lei natural", em muitos casos, é a própria vida humana, muitas vezes objeto de arbítrios, bem como a família fundada por Deus, no amor conjugal.

Esses foram alguns dos conceitos ilustrados por Bento XVI, esta manhã, na audiência concedida aos cerca de 200 participantes do Congresso Internacional sobre o Direito Natural, promovido pela Pontifícia Universidade Lateranense. Ciência e fé podem e devem dialogar _ disse o Santo Padre em seu discurso _ desde que jamais se esqueça de que "nem tudo aquilo que é cientificamente possível, é também eticamente lícito".

Existe uma tentação-emboscada por trás do agir humano: a tentação de esquecer-se da existência de Deus, de trair aquela lei "inscrita no coração do homem", que precede toda lei humana, todo saber descoberto pela ciência, e que responde ao primeiro e geral princípio de "fazer o bem e evitar o mal".

Pelo contrário, o respeito pela vida, o direito à liberdade, a exigência de justiça e de solidariedade que nascem desse princípio são, muitas vezes, violados pelos arbítrios do poder ou manipulações ideológicas, fruto de uma visão do homem e do mundo que não tem, na base, nenhum código ético, mas que tende a idolatrar o progresso.

Foi essa, em síntese, a plataforma cultural e espiritual sobre a qual Bento XVI articulou seu discurso sobre o tema da "lei moral natural", diante da platéia de teólogos, juristas e cientistas que participam do Congresso Internacional sobre o Direito Natural, promovido pela Pontifícia universidade Lateranense. Embora se viva "um momento de extraordinário desenvolvimento na aquisição de formas de vida _ reconheceu o pontífice em seu discurso _ todavia, emergem evidentes contradições".

"Vemos todas as grandes vantagens desse progresso, mas vemos sempre mais e também, as ameaças de uma destruição do dom da natureza pela força do nosso agir. E há outro perigo, menos visível, mas não menos inquietador: o método que nos permite conhecer sempre mais, as estruturas racionais da matéria, e nos torna sempre mais incapazes de ver a fonte dessa racionalidade, ou seja, a razão criadora."

Eis, portanto, a "urgência" _ objetou _ de se refletir sobre o tema da lei natural como fonte de normas que precedem toda e qualquer lei humana, e não admitem exceções por parte de ninguém.

O papa denunciou os condicionamentos impostos pelo "positivismo jurídico" que impera, baseado no qual _ substancialmente _ os "interesses privados" são "transformados em direitos". Quando, ao invés, é e continua sendo a lex naturalis (lei natural) que deve servir de base a "todo ordenamento jurídico, tanto nacional quanto internacional".

"A lei natural é, definitivamente, o único e válido baluarte contra o arbítrio do poder ou os enganos da manipulação ideológica. A primeira preocupação de todos, e, particularmente, daqueles que têm responsabilidade pública, é, portanto, aquela de ajudar, a fim de que possa progredir a consciência moral. Esse é o progresso fundamental, e sem esse progresso, todos os demais não são verdadeiros progressos."

"Nenhuma lei feita pelos homens pode, por isso _ sublinhou o papa _ subverter a norma escrita pelo Criador, sem que a sociedade seja dramaticamente ferida naquilo que constitui seu próprio fundamento basilar. Esquecê-lo, significaria enfraquecer a família, penalizar os filhos e tornar precário o futuro da sociedade." (RL)







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