Deus julgará sobre as obras; e quem não acredita aprecia a caridade salientou Bento
XVI recebendo em audiência 7 mil membros das Misericórdias italianas
(10/2/2007) No fim da vida seremos julgados sobre o amor, sofre os factos e sobre
as obras. Porque Deus “perguntar-nos-á se amámos não de uma maneira abstracta ma concretamente.
E não se deve esquecer que também os não crentes são sensíveis ao testemunho concreto
da caridade”. Foi o que afirmou Bento XVI recebendo neste sábado na grande aula
das Audiências no Vaticano cerca de 7 mil membros das Misericórdias, a forma mais
antiga de voluntariado organizado no mundo. “O amor é uma linguagem que chega
directa ao coração e o abre á confiança. Exorto-vos como fazia São Pedro com os primeiros
cristãos a estardes sempre prontos a responder a todo aquele que vos perguntar a razão
da vossa esperança.” As misericórdias reúnem em Itália mais de 700 confrarias,
e mais numerosos ainda os grupos de doadores de sangue “Fratres” num total de mais
de 100 mil voluntários. A sua realidade associativa, recordou Bento XVI constitui
um exemplo típico da importância que tem conservar as próprias raízes cristãs na Itália
e na Europa. Mas as raízes para continuarem devem dar fruto, devem manter-se vivas
e sólidas O Papa recordou depois que no juízo final Deus perguntará se amámos
não de uma maneira abstracta mas concretamente, com os factos. E como dizia São João
da Cruz seremos julgados sobre o amor “Quanto é necessário – prosseguiu o Papa
– que também hoje, especialmente nesta época marcada por tantos desafios humanos e
espirituais, que os cristãos proclamem com as obras o amor misericordioso de Deus.” Das
Misericórdias o Papa apreciou a carga espiritual e a função educativa: o voluntariado
– recordou – não pode reduzir-se a simples activismo