ACNUR no Médio Oriente: resolver situação dos refugiados iraquianos
(7/2/2007) O Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados António Guterres
chegou na passada segunda-feira ao Kuwait, depois de dois dias na Arábia Saudita,
e visita ainda a Jordânia e a Síria com o objectivo de reforçar a cooperação com os
parceiros locais em programas de ajuda aos refugiados iraquianos na região. António
Guterres estima que existam actualmente cerca de 1,8 milhões de deslocados internos
iraquianos e mais de dois milhões de refugiados nos países vizinhos do Iraque. Em
Riade, encontrou-se com o rei Abdullah bin Abdul Aziz e outros altos responsáveis
da Arábia Saudita, tendo defendido a necessidade de um reforço da parceria entre o
ACNUR e o mundo muçulmano. “O Alto-Comissário propôs aos líderes sauditas participarem
regularmente em consultas de alto nível com o ACNUR e convidou o presidente do Crescente
Vermelho saudita, a visitar Genebra para analisar actividades conjuntas”. Segundo
o ACNUR, o rei Abdullah garantiu a Guterres a cooperação saudita, sublinhando o compromisso
do reino em dar apoio humanitário aos refugiados e o seu desejo de aumentar a parceria
com o Alto Comissariado. O ex-primeiro-ministro português, por seu turno, instou a
Arábia Saudita a ser parte activa numa conferência do ACNUR dedicada à crise humanitária
do Iraque, prevista para decorrer em Genebra em meados de Abril. “Cerca de cinco
milhões de refugiados apoiados pelo ACNUR são originários de Estados-membros ou observadores
da organização da conferencia islamica e a sua maioria está em países da organização”,
declarou Guterres. O Alto-Comissário estará hoje na Jordânia e amanhã e sexta-feira
na Síria, onde deverá estar com iraquianos que fugiram do seu país. A maioria dos
refugiados iraquianos estão na Jordânia (700 mil), enquanto cerca de 500 mil estão
na Síria, entre 20 mil e 80 mil no Egipto e cerca de 40 mil no Líbano.A secretária
de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, anunciou a criação de um grupo de trabalho
para encontrar uma solução para a questão dos refugiados iraquianos. Washington foi
acusado de não se preocupar com esta questão quando, segundo as estimativas do Alto-Comissariado
da ONU para os Refugiados, dois milhões de pessoas fugiram do Iraque e 1,7 milhões
fugiram de sua casa sem abandonar o país. As violências confessionais e a criminalidade
obrigam todos os dias a que mais de um milhar de iraquianos tenha de fugir de casa,
enquanto que os meios para lhes prestar ajuda diminuem fortemente, indicou no mês
passado em Washington, a Organização Internacional para as Migrações.