Institutos seculares, "laboratório de diálogo com o mundo": Bento XVI, neste sábado
3 de Fevereiro
(3/2/2007) Os Institutos Seculares (e os seus membros, leigos consagrados) constituem
um “laboratório de diálogo com o mundo”, “aquele laboratório experimental no qual
(como observava Paulo VI em 1976) a Igreja verifica as modalidades concretas das suas
relações com o mundo”. Afirmações de Bento XVI, recebendo neste sábado de manhã
os participantes no Simpósio Internacional dos Institutos Seculares, por ocasião do
sexagésimo aniversário da Constituição Apostólica Provida Mater Ecclesia. O Papa
sublinhou que é o mistério da Incarnação que torna “lugar teológico” a inserção (destes
leigos) nas vicissitudes humanas. “A obra da salvação realizou-se não em contraposição,
mas dentro e através da história dos homens”. O “caminho de santificação” (para
os que fazem parte dos institutos seculares) é “a adesão oblativa ao projecto de salvação
manifestado na Palavra revelada, a solidariedade com a história, a busca da vontade
do Senhor inscrita nas vicissitudes humanas governadas pela sua providência. “Faz
parte da missão secular o empenho pela construção de uma sociedade que reconheça nos
vários âmbitos a dignidade da pessoa e os valores irrenunciáveis para a sua plena
realização: da política à economia, da educação ao empenho pela saúde pública, da
gestão dos serviços à investigação científica. Cada realidade própria e específica
vivida pelo cristão, o próprio trabalho e os interesses concretos de cada um, embora
conservando a sua relativa consistência, encontram o seu fim último ao serem abraçados
pelo mesmo objectivo com que o Filho de Deus entrou no mundo”. Bento XVI convidou,
pois, os leigos consagrados nos Institutos Seculares a “sentir-se chamados em causa
por todo e qualquer sofrimento, por todas as injustiças, assim como por tudo o que
é busca de verdade, de beleza e de bondade” e isso não pelo facto de terem a solução
de todos os problemas, mas porque “toda e qualquer circunstância em que o homem em
que o homem vive e morre constitui … uma ocasião para testemunhar a acção salvífica
de Deus”