2007-01-31 15:09:43

BENTO XVI EXORTA JUÍZES DA ROTA ROMANA A DEFENDEREM A VERDADE DO VÍNCULO CONJUGAL CRISTÃO


Cidade do Vaticano, 27 jan (RV) - O matrimônio, como pensado por Deus, possui uma sua verdade mais alta e mais forte. E tal verdade deve ser compreendida e defendida, especialmente numa época como a nossa, na qual o relativismo ético e o positivismo jurídico, unidos a uma concepção "libertária da experiência sexual", tendem a considerar o vinculo conjugal como mera superestrutura, sem ter mais o caráter da indissolubilidade.

Esses foram alguns dos conceitos expressos por Bento XVI, ao receber em audiência, esta manhã, os membros da Rota romana, para a inauguração do ano judiciário.

O sentido do matrimônio está em "crise", porque o relativismo ético, hoje difuso também entre muitos fiéis, leva a desnaturar a "verdade" que é conatural à união conjugal: união que revela a "potente ligação" estabelecida por Deus" na relação homem-mulher e que, portanto, não pode estar sujeita apenas ao livre arbítrio das pessoas nem à volubilidade dos sentimentos humanos, nem tampouco pode ser "manipulada" pela jurisprudência, nos casos de nulidade matrimonial, pensando de, com isso, agir pelo bem das pessoas.

Com um discurso amplo e articulado, Bento XVI refletiu sobre o papel ao qual é chamado o tribunal da Rota Romana. Partindo das causas de nulidade matrimonial que, como recordou o decano em sua saudação ao papa, "são as mais recorrentes na Rota", Bento XVI estigmatizou um risco de tipo jurídico, filho da difusa mentalidade secularizada. O risco é que, numa causa de nulidade matrimonial, a "verdade processual" perca de vista a "verdade do matrimônio".

"A expressão "verdade do matrimônio" perde, porém, relevância existencial, num contexto cultural marcado pelo relativismo e pelo positivismo jurídico, que consideram o matrimônio como uma mera formalização social dos laços afetivos. Conseqüentemente, ele não somente se torna contingente como podem ser os sentimentos humanos, mas se apresenta como uma superestrutura legal que a vontade humana poderia manipular como quiser, privando-a até mesmo da sua índole heterossexual."

Essa crise de sentido do matrimônio _ prosseguiu o pontífice _ "se faz perceber também no modo de pensar de muitos fiéis", e os "efeitos práticos" se advertem "de modo particularmente intenso no âmbito do matrimônio e da família".

Bento XVI terminou seu pronunciamento reafirmando a importância da contribuição dos tribunais eclesiásticos para a "superação da crise sobre o sentido do matrimônio". "Permanecendo fiéis à sua tarefa _ concluiu _ os senhores fazem de modo que a sua ação se insira harmoniosamente numa redescoberta global da beleza daquela "verdade sobre o matrimônio"_ a verdade do "princípio" _ que Jesus ensinou plenamente e que o Espírito Santo nos recorda continuamente no hoje da Igreja." (RL)








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