TAIWAN PEDE QUE VATICANO NÃO SACRIFIQUE PRINCÍPIOS EM TROCA DA APROXIMAÇÃO COM CHINA
Taipé, 25 jan (RV) – O governo de Taipé, Taiwan, exortou ontem, a Santa Sé,
a "não sacrificar sua prerrogativa, de nomear seus bispos, e o princípio da liberdade
religiosa, em troca do estabelecimento de relações diplomáticas com a China continental".
O
porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Taiwan, David C.Y. Wang, assinalou,
numa coletiva de imprensa, que a exigência chinesa de que o Vaticano rompa relações
com Taiwan "é um sinal de que Pequim não é sincera, na hora de respeitar a liberdade
religiosa de milhões de chineses".
As declarações de Wang foram uma reação
ao anúncio da criação de um comitê para assuntos chineses no Vaticano. "Taiwan compreende
que a Santa Sé busque uma aproximação com a China, com o objetivo de melhorar a situação
dos milhões de católicos existentes no país, mas pede, todavia, que não sejam sacrificados
os interesses dos taiwaneses"_ enfatizou o porta-voz.
A exigência chinesa de
controlar a nomeação de bispos e a falta de liberdade religiosa no gigante asiático
são os principais obstáculos para uma reaproximação entre Vaticano e Pequim. No encontro
com os jornalistas, Wang referiu-se ao comunicado divulgado no último sábado, sobre
as futuras relações com a China, no qual a Santa Sé "reafirma o direito vaticano à
nomeação de bispos e exige maior liberdade religiosa".
O Vaticano é um dos
principais aliados diplomáticos de Taiwan e a ruptura de laços entre Taipé e a Santa
Sé teria um efeito negativo na relação entre a ilha (que Pequim considera apenas como
uma província rebelde) e os países católicos.
A maioria dos aliados taiwaneses
se encontra na América latina, África e sul do Pacífico. (JK)