Roma, 24 jan (RV) - A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a
Agricultura (FAO), apresentou esta manhã, em Roma, o relatório anual 2006 sobre a
situação alimentar no mundo, denunciando que mais da metade das ajudas alimentares
não chegam aos beneficiários.
Dos 90% dos fundos destinados às ajudas alimentares,
metade é desperdiçada dentro dos próprios países doadores, em procedimentos de transporte
e mediações. "Somente 15% das ajudas alimentares _ ressalta o diretor do setor de
comunicações da FAO, Neil Gallagher _ é destinado à fome crônica entre crianças desnutridas."
A FAO administra cerca de 10 milhões de toneladas de alimentos por ano, destinados
a 200 milhões de pessoas, com um custo anual de 2 bilhões de dólares.
O diretor-geral
da organização, Jacques Diouf, explicou que, a partir de agora, as ajudas alimentares
deverão ser feitas através de dinheiro ou ticket-refeição.
Mas por que passar
do envio de alimentos in natura às doações em espécie, isto é, em dinheiro,
ou aos tickets-refeição? "Porque _ explicou Diouf _ existem sérias dúvidas de que
as ajudas in natura, se não estritamente necessárias e tempestivas, para salvar
de imediato, vidas humanas, acabem por ter efeitos negativos tanto para os produtores
quanto para os mercados locais dos países destinatários, além de serem causa de desequilíbrios
no comércio internacional. Os Estados Unidos são líder em doações, mas continuam
fornecendo ajuda in natura, enquanto alguns países europeus já fazem suas doações
em espécie. (MJ)