2007-01-24 18:31:17

CARDEAL-BISPO DE HONG KONG DISPOSTO A RENUNCIAR PARA FACILITAR DIÁLOGO CHINA-SANTA SÉ


Hong Kong, 23 jan (RV) - O cardeal-bispo de Hong Kong, Joseph Zen Ze-kiun, anunciou à imprensa que Bento XVI poderá aceitar sua renúncia ao cargo de bispo de Hong Kong, para ajudar o Vaticano a restabelecer relações diplomáticas com a China continente.

Citado pelo diário de língua chinesa "Apple Daily", o Cardeal Zen Ze-kiun disse que o papa "é uma pessoa razoável e acredita que a questão do continente chinês é muito mais importante do que Hong Kong".

O bispo de Hong Kong _ criado cardeal em fevereiro de 2006 _ já manifestou diversas vezes, o desejo de abandonar o governo pastoral do território de Hong Kong, para se dedicar ao trabalho de aproximação entre o Vaticano e a China.

Pequim e a Santa Sé cortaram relações diplomáticas em 1951, depois de o Partido Comunista ter chegado ao poder na China, e obrigado a Igreja Católica local a cortar seus laços com a Igreja de Roma.

No último fim de semana, realizou-se no Vaticano, uma reunião de dois dias, para avaliar a situação dos católicos na China, e as possibilidades do restabelecimento das relações diplomáticas. O encontro, presidido pelo cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, contou com a presença, entre outros, dos bispos de Macau, Hong Kong e Taiwan.

Numa nota divulgada ao término da reunião, no último sábado, se afirmava "o desejo de prosseguir na estrada de um diálogo respeitoso e construtivo com as autoridades governamentais, capaz de superar as incompreensões do passado".

As delicadas relações entre a Santa Sé e a China sofreram um baque ulterior, em 2006, quando a Associação Católica Patriótica _ a Igreja Católica oficialmente reconhecida por Pequim _ ordenou três novos bispos, apenas um deles com o aval do papa. A China considera a nomeação de bispos por parte da Santa Sé como uma ingerência em seus assuntos internos.

O papa não participou da recente reunião no Vaticano, mas segundo o comunicado, foi amplamente informado dos trabalhos e decidiu enviar uma carta aos católicos chineses, cujo conteúdo não foi divulgado.

A Associação Católica Patriótica, que conta cerca de quatro milhões de fiéis, está subordinada ao Estado e não reconhece a autoridade do papa nem da Santa Sé. Na China, a chamada Igreja Católica oficial coexiste com uma Igreja Católica clandestina o Vaticano, coexistindo com uma igreja católica clandestina, seguida por cerca de 10 milhões de fiéis, que celebram missas em casas particulares e reconhecem unicamente a autoridade do papa e da Igreja de Roma. (CM)







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