DECLARAÇÃO INTER-RELIGIOSA SOBRE VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA AMÉRICA
LATINA E CARIBE
Santa Cruz de la Sierra, 20 jan (RV) - – "Considerando que está diminuindo
o respeito pelo direito à vida de muitas crianças e adolescentes da América Latina
e Caribe, sentimos a necessidade de unir esforços para prevenir, difundir e educar
a sociedade latino-americana e caribenha, para superar todas as formas de violência
a que está submetida essa faixa da população." É o que afirmam os representantes das
principais organizações religiosas regionais da América Latina, na primeira "Declaração
inter-religiosa sobre a situação da infância na América Latina e Caribe".
O
documento sintetiza as conclusões da Consulta inter-religiosa latino-americana e caribenha
sobre a infância, realizada no Panamá em junho passado, no Escritório Regional para
a América e o Caribe, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF/TACRO).
No
documento _ resultado da recente sessão realizada em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia
_ os representantes religiosos reiteram "o valor indiscutível de toda vida humana,
sobretudo a das crianças e adolescentes. "A violência que os ameaça _ afirmam _ tem
agora um impacto sempre mais negativo, porque se infiltra em nossas casas, nos centros
educativos, nas ruas e _ devemos ter consciência disso _ também nas nossas comunidades
de fé".
Os representantes das principais organizações religiosas regionais
da América Latina e Caribe acrescentam que, em função disso, "a nossa prioridade na
agenda de compromissos comuns será aquela de vigiar, discernir, identificar e denunciar
todas as manifestações de violência contra essa faixa da população, que possam ocorrer
nos espaços onde se desenvolve nossa vida religiosa e espiritual, na família, na escola
e na comunidade, mesmo quando forem realizadas por indivíduos, instituições, regimes
ou crenças".
O documento também dá destaque à difusão da AIDS/HIV entre crianças
e adolescentes da América latina e Caribe, um fenômeno que deve "comprometer a comunidade
religiosa e espiritual na realização de todos os esforços possíveis, para prevenir
e combater esta pandemia, agindo como comunidade segura, onde crianças e adolescentes
possam aproximar-se e receber informação e assistência sobre a doença. Para isso,
as comunidades religiosas e espirituais deveriam motivar e instruir pessoas especializadas
para a obra". (JK)