Abidjan, 22 jan (RV) - Com o objetivo de defender as crianças _ alvo fácil
da guerra na busca de mais soldados _ a congregação dos Padres de São Vicente de Paulo
lançou, na Costa do Marfim, um projeto para "desmilitarizar" os menores.
Desde
setembro de 2002, mês em que o exército iniciou uma rebelião contra o governo no norte
do país, a Costa do Marfim não voltou a recuperar a tranqüilidade. Em 2003, houve
o recrutamento maciço de crianças-soldado no país. O próprio UNICEF (Fundo das Nações
Unidas para a Infância) afirma desconhecer o número de crianças envolvidas nesse aliciamento.
"As
crianças são vítimas do orgulho de seus pais" _ assinala Pe. Bertin Sunon, provincial
dos Padres de São Vicente de Paulo em Burkina Fasso. A congregação está presente na
África desde 1956, com comunidades na República Democrática do Congo, Costa do Marfim
e Burkina Fasso.
O sacerdote assegurou que a ajuda é necessária, não só para
desmilitarizar as crianças, mas também para o restante do trabalho realizado pela
congregação, atualmente com 29 membros. "A formação humana e política é um tema muito
importante, neste momento, bem como o desenvolvimento da Doutrina Social da Igreja"
_ salientou.
Concluindo, Pe. Bertin Sunon pediu que se "rezasse pela Igreja
na África, ameaçada pelo Islã e pelo indiferentismo religioso". (LB)