Arquidiocese de Luanda esclarece questão dos despejos de "musseques"
(22/1/2007) A Arquidiocese de Luanda explicou, em comunicado oficial, a questão levantada
pela retirada, de forma compulsiva, dos habitantes do bairro de Wenki Maka que ocuparam
terrenos pertencentes à Igreja, situação denunciada por um relatório da Amnistia Internacional
(AI). O texto refere que em 1998 foi doado um terreno do Governo da Província
de Luanda à Arquidiocese local. No terreno em questão está prevista a construção de
um santuário, com diversas obras de interesse social. Em 2002, a Arquidiocese
queria começar a preparar o terreno para a construção do santuário, iniciando as operações
de nivelamento da superfície, mas algumas pessoas começaram a construir casas, sem
nenhuma autorização e de modo anárquico. “Embora tivessem sido informados sobre a
propriedade do terreno, estas e outras pessoas continuaram a construir habitações,
de modo oportunista e irresponsável”, lamenta a Arquidiocese. Apesar da intervenção
das autoridades locais e a elevação de um muro para impedir o acesso, a construção
dos edifícios ilegais não cessou. “Depois de alguns ocupantes se terem oposto à sua
retirada, destruíram boa parte do muro. A Arquidiocese de Luanda não teve outra escolha
senão solicitar a intervenção das legítimas autoridades para restabelecer a ordem”,
refere o comunicado, divulgado pela Agência Fides, da Congregação para a Evangelização
dos Povos. A Arquidiocese de Luanda condena os actos de violência que aconteceram
aquando da retirada, mas reafirma que “pessoas de má-fé tentaram, de forma oportunista
e ilegal, aproveitar-se da situação, violando os direitos da Arquidiocese e de outras
instituições”.