PÁROCO DE CRACÓVIA RENUNCIA POR ENVOLVIMENTO EM ESPIONAGEM
Cracóvia, 09 jan (RV) - Depois da renúncia de Dom Stanisław Wielgus, ao cargo
de arcebispo de Varsóvia, Polônia, no último domingo, a presidência da Conferência
Episcopal Polonesa difundiu um comunicado, pedindo a todos os fiéis que aceitassem
essa difícil experiência, no espírito da fé, e rezassem pela Igreja na Polônia.
"A
Igreja polonesa deve, hoje, olhar com humildade e verdade para o próprio passado,
presente e futuro. Dom Wielgus apresentou voluntariamente sua renúncia, por causa
das graves acusações que lhe foram dirigidas. Sua decisão de renunciar, prova sua
preocupação com o bem da Igreja e o enaltece. Ao mesmo tempo, a decisão do Santo Padre,
Bento XVI, de aceitar a renúncia, demonstra sua preocupação pelo andamento tranqüilo
do trabalho pastoral na Polônia."
O comunicado é assinado pela presidência
do Episcopado polonês: Dom Józef Michalik, Dom Stanisław Gądecki e Dom Piotr Libera.
O Episcopado dirige-se também aos representantes da mídia, pedindo-lhes que respeitem
a decisão de Dom Wielgus e evitem interpretações exageradas dos fatos.
A Igreja
na Polônia registra a retirada de cena de outro membro do clero, envolvido em questões
de espionagem: trata-se de Pe. Janusz Bielanski, pároco da prestigiosa catedral de
Wawel, de Cracóvia, sul da Polônia. Ele deixou as próprias funções, alegando ter colaborado,
durante o passado regime no país, com a polícia secreta comunista. A notícia foi dada
ontem, pela TV polonesa "TVN24".
A renúncia de Pe. Bielanski, de 68 anos de
idade, foi apresentada no dia 2 de janeiro e, imediatamente aceita pelo cardeal-arcebispo
de Cracóvia, Stanislaw Dziswisz, ex-secretário pessoal de João Paulo II. Um ano atrás,
a mídia polonesa já afirmava que Pe. Bielanski fora um informante do ex-serviço secreto
comunista.
Segundo a edição polonesa do "Newsweek", diversos amigos e sacerdotes
ligados ao Cardeal Stanislaw Dziwisz foram sistematicamente obrigados a cooperar com
a polícia comunista, depois do início do pontificado de Karol Wojtyla, eleito papa
em 1978. A intenção da polícia da época era usar esses informantes para monitorar
as atividades do secretário pessoal do pontífice. Pe. Bielanski era colega de seminário
do então Pe. Stanislaw Dziwisz. (CM)