Moscou, 08 jan (RV) - Cerca de 150 milhões de cristãos ortodoxos comemoraram
ontem, o Natal, segundo o calendário juliano. No sábado, dia 6, de fato, quando se
encontrou com os fiéis para a oração mariana do Angelus, bento XVI saudou os irmãos
e irmãs das Igrejas orientais, pelo Natal, desejando-lhes "abundância de paz e de
prosperidade cristã".
Os ortodoxos russos da Terra Santa e de algumas outras
Igrejas ortodoxas orientais celebram o Natal segundo o calendário juliano, atrasado
13 dias em relação ao calendário gregoriano, adotado por católicos, protestantes,
alguns ortodoxos e pelo mundo leigo.
No dia 7 de janeiro, na Rússia, os fiéis
e o clero ortodoxo terminam a abstinência de carne, doces e alcoólicos, iniciada no
dia 28 de novembro. O Natal é feriado nacional no país.
No sábado, o patriarca
de Moscou e de todas as Rússias, Aleksej II, celebrou a liturgia da Vigília, na Catedral
de Cristo Salvador, na capital russa. Em sua mensagem natalina, o patriarca pediu
aos fiéis que "acolhessem em seus corações, a alegria desse nascimento", que experimentassem
a beleza e a força da fé na vida cotidiana, pública e privada; e expressou preocupação
pelos "trágicos eventos que acometem a Terra Santa, onde nasceu o Salvador, dois mil
anos atrás".
O presidente russo, Vladimir Putin, numa mensagem à nação, disse
que esta festa "traz alegria e esperança a milhões de pessoas, e nos une ao redor
de valores morais tradicionais, reforçando a concórdia no seio da sociedade". Ele
convidou os russos a olharem com "confiança" para o futuro.
Na realidade, o
Natal é também um momento de alerta máximo para a segurança, principalmente em Moscou.
A Prefeitura da capital deslocou nove mil policiais para patrulhar a cidade, na noite
de sábado para domingo e, durante todo o dia de ontem, 254 igrejas foram patrulhadas.
Apesar
da diferença de calendários, o período natalino foi ocasião para reafirmar o compromisso
das duas Igrejas-irmãs, com uma reaproximação mais decisiva. Numa coletiva de imprensa
realizada no dia 26 de dezembro, o Arcebispo da Arquidiocese moscovita da "Mãe de
Deus", Dom Tadeusz Kondrusiewicz, convidou católicos e ortodoxos a "permanecerem unidos
e se ajudarem reciprocamente, diante dos desafios do presente".
O mesmo auspício
foi feito por Pe. Igor Vyzhanov, Secretário para as Relações com os Cristãos, do Departamento
de Relações com o Exterior, do Patriarcado. Num recente encontro com sacerdotes e
religiosos da Arquidiocese, o sacerdote disse que "não devemos ser rivais, mas tentar
alcançar, também no seio do clero, a compreensão recíproca que já obtivemos em tantas
questões, oficialmente".
Pe. Igor acrescentou ainda, que os ortodoxos russos
estão prontos a colaborar com os católicos, em especial no campo social e em programas
de caridade. (CM)